Ministros da UE pedem ação urgente para conter mudança climática no Ártico
Ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) reconheceram, nesta segunda-feira (20), a necessidade de “uma ação global urgente” para reduzir e prevenir “os riscos significativos causados pela mudança climática e outros impactos ambientais na região ártica”.
Em suas conclusões, o Conselho das Relações Exteriores pediu aos Estados-membros e ao conjunto do bloco “assegurar soluções ambiciosas e coerentes nos impactos locais e globais” que estejam enquadradas nos pontos contidos no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
O Conselho debateu uma futura política integrada para o Ártico com o objetivo de dar uma resposta coerente aos desafios ambientais, econômicos e sociais da região. O relatório baseia-se em um documento que a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e a Comissão Europeia (CE) apresentaram ao mundo, em abril do ano passado.
Os chanceleres recomendaram à Comissão “explorar formas nas quais a Europa possa contribuir para o desenvolvimento sustentável da indústria na região e de infraestruturas resistentes ao clima”, como, por exemplo, introduzir tecnologias de baixas emissões de carbono, de caráter inovador e de telecomunicações no pólo Norte da Terra.
Também invitaram o órgão europeu a fortalecer pequenas e médias empresas e o turismo sustentável na região polar para “contribuir com o desenvolvimento socioeconômico e à resistência das comunidades locais em seu conjunto”.
Nesse sentido, pediram a Bruxelas que “siga trabalhando com as populações indígenas e com as comunidades locais para assegurar que seus pontos de vista e seus direitos sejam respeitados e promovidos nas políticas comunitárias que afetam o Ártico”.
O Conselho das Relações Exteriores enfatizou também a importância de um Ártico “seguro, sustentável e próspero” e indicou que a União “tem forte interesse em construir e desenvolver seu compromisso” com essa parte do globo.
Por outro lado, a peça avaliou positivamente a participação do bloco comunitário nas negociações para evitar a pesca não regulamentada no Oceano Ártico central.
Nesse sentido, o Conselho de ministros da UE apreciou os esforços da Comissão “para fortalecer sinergias entre os diferentes instrumentos de financiamento no intento de melhorar o desenvolvimento regional sustentável”.
Os titulares das Relações Exteriores também instaram o continente Europeu “a trabalhar em todos os níveis para conseguir sinergias entre os programas de financiamento de Bruxelas e entre os programas de monitoramento e pesquisa nacionais e internacionais”.
A região do Círculo Polar Norte, na qual vivem quase 4 milhões de pessoas, abrange partes de Rússia, Estados Unidos (Alasca), Canadá, Groenlândia, Islândia, Suécia, Noruega e Finlândia.
O Greenpeace alerta que o degelo glacial tem causado mudanças climáticas e alterará os padrões meteorológicos em latitudes médias do hemisfério norte e se manifestará em mudanças notáveis na trajetória das tempestades e no fluxo de ar de todo o planeta, bem como na alteração dos níveis de salinidade e correntes marítimas.
Segundo a ONG, isto pode fazer com que tempestades durem mais do que o normal e que os verões sejam secos e quentes em algumas regiões e mais úmidos em outras.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.