Moscou denúncia que pró-russos não podem comparecer às negociações

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2014 14h35
  • BlueSky

Sofia, 7 jul (EFE).- O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, denunciou nesta segunda-feira que o plano para realizar uma rodada de contatos sobre a crise na Ucrânia fracassou pela impossibilidade de participar das negociações dos grupos pró-russos.

Ele explicou que os insurgentes não podem abandonar a cidade de Donetsk, onde estão entrincheirados perante a ofensiva das forças ucranianas para recuperar o controle no Leste do país.

“Seria estranho que os líderes dos rebeldes abandonassem seu povo neste momento e viajassem para outras partes da Ucrânia ou ao exterior. Isso seria irreal”, sustentou Lavrov.

Em 2 de julho, os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França, Rússia e Ucrânia acertaram em Berlim uma iniciativa diplomática para tentar conter a crise ucraniana. No sábado passado, acabou o prazo estipulado para realizar a terceira rodada de consultas do chamado Grupo de Contato para a Crise Ucraniana, integrado por Rússia, Ucrânia, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e os separatistas pró-russos.

“Todas estas complicações dão problemas em todo o processo de paz”, declarou Lavrov, que expressou o crescente pesar da Rússia sobre o aumento de vítimas civis e a destruição de infraestrutura no Leste da Ucrânia.

O chefe da diplomacia russa afirmou que o pensamento de Kiev é que a paz só é possível se os rebeldes se renderem e aceitarem a possibilidade de depois ser anistiados. Ele, que chegou hoje de visita oficial a Bulgária, tendo a construção do gasoduto russo South Stream como principal tema, destacou a importância deste projeto para a segurança energética da União Europeia.

O ministro garantiu que os acordos bilaterais com vários países foram assinados muito antes de entrar em vigor o terceiro pacote energético da Comissão Europeia, uma legislação que Bruxelas promoveu para paralisar a obra do lance búlgaro do encanamento.

Lavrov pediu hoje a Bruxelas que faça uma exceção com este projeto, tal como já fez com o gasoduto trans-adriático. Esta infraestrutura, que se acredita que esteja operando em 2017, tem um orçamento de 16 bilhões de euros e a capacidade de enviar 63 bilhões de metros cúbicos de gás ao ano do Mar Negro à Europa sem passar pela Ucrânia. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.