MSF teme aumento da violência no norte da Nigéria com chegada das eleições

  • Por Agencia EFE
  • 04/02/2015 14h30

Nairóbi, 4 fev (EFE).- A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) avisou nesta quarta-feira sobre um possível aumento da violência e, em particular, dos ataques do grupo islâmico radical Boko Haram no norte da Nigéria, devido à proximidade das eleições presidenciais do dia 14 de fevereiro.

A MSF se prepara para atender um maior número de feridos e refugiados na próxima semana no nordeste do país, a região nigeriana que mais sofre com os jihadistas, segundo informou em comunicado .

Após o ataque do Boko Haram no dia 3 de janeiro em Baga, cidade situada no estado de Borno, cerca de 5.000 refugiados chegaram ao campo “Teacher Village” de Maiduguri, capital da região ao norte.

A MSF oferece assistência médica a essas pessoas e conta com várias equipes preparadas para dar uma resposta de emergência caso ocorra uma nova onda de violência.

Em Maidiguri, cidade contra a qual o Boko Haram mantém uma ofensiva desde janeiro e que foi atacada duas vezes em 2014, todos os principais acessos por estrada permanecem fechados.

A situação no norte da Nigéria piorou nos últimos quatro anos e poderia piorar devido à proximidade das eleições, alertou a MSF.

Com a previsível chegada de novos feridos a seus hospitais, a organização desenvolve um plano de resposta de emergência e reforça sua capacidade cirúrgica.

A insegurança em toda a região de Baga desde o ataque ocorrido há um mês impede que as organizações humanitárias, incluindo a MSF, possam trabalhar ou se movimentar pela região.

Segundo a Agência Nacional de Gestão de Emergências da Nigéria, cerca de um milhão de pessoas que se viram obrigadas a abandonar suas residências fugindo da ameaça terrorista.

A maioria se concentrou no nordeste, com até 500 mil pessoas no estado de Borno e outras 400 mil nos arredores da cidade de Maiduguri.

O aumento de refugiados provoca uma grande pressão sobre os alimentos e os poucos serviços existentes, principalmente de tipo médico.

A Médicos Sem Fronteiras trabalha em três dos campos criados em Maiduguri, os que abrigam o maior número de refugiados (entre 10 mil e 15 mil). A organização também se encarrega da construção de sistemas de abastecimento de água potável em outros dez campos de refugiados.

Além das fronteiras da Nigéria, entre 100 mil e 150 mil refugiados que fugiram da violência se instalaram na cidade de Diffa, situada no sudeste de Níger, a poucos quilômetros de Borno.

Com a realização das eleições presidenciais na Nigéria no dia 14 de fevereiro, os jihadistas intensificaram sua campanha de terror no nordeste do país.

O último incidente ocorreu na segunda-feira, quando uma explosão causou pelo menos duas mortes no estacionamento de um estádio da cidade de Gombe, pouco depois que o presidente, Goodluck Jonathan, deixou o lugar após participar de um comício eleitoral. EFE

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