Mugabe, a ponto de completar 90 anos, não tem “necessidade de se aposentar”
Harare, 20 fev (EFE).- O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, que nesta sexta-feira completará 90 anos, advertiu que não tem “necessidade de se aposentar” a quem dentro de seu partido pensa em seu substituto, informou nesta quinta o jornal local “The Herald”.
O líder mais idoso da África criticou os altos cargos da União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF) que competem para substituí-lo, em entrevista gravada pela televisão pública por ocasião de seu aniversário e a qual foi repercutida pelo jornal zimbabuano.
“É vergonhoso que os membros do Zanu-PF se posicionem em diferentes facções”, opinou o veterano presidente do Zimbábue.
“Por que (a questão de quem o sucederá) deveria ser discutida quando não há necessidade?”, disse Mugabe, que está em seu sétimo mandato à frente do país africano.
“As pessoas podem debater se quiser, mas quando começam a fazê-lo se alinham em diferentes facções e então encontram um partido dividido. Por que debater sobre isso quando (a aposentadoria) não é necessária?”, disse.
“Ainda existe uma liderança que dirige o país. Em outras palavras, ainda estou aqui”, comentou.
O Zanu-PF realizará uma festa luxuosa de aniversário do presidente no próximo domingo na cidade oriental de Marondera, apesar da crescente pobreza, desemprego e fechamentos de empresas no país.
Mugabe, cujo estado de saúde é alvo frequente de especulação, voou na segunda-feira passada a Cingapura para se submeter a uma operação de catarata em seu olho esquerdo. Já se submeteu a uma intervenção similar há três anos e, desde então, viajou com frequência para aquele país.
Segundo “The Herald”, os líderes que se enfrentam pela liderança da legenda são o ex-ministro de Justiça Emmerson Mnangagwa e o vice-presidente, Joyce Mujuru.
O presidente do Zimbábue iniciou seu sétimo mandato consecutivo após vencer as eleições de julho do ano passado, com uma vitória que pôs um fim no Governo de união nacional vigente desde 2009 com Mugabe como presidente e Morgan Tsvangirai (do Movimento por Mudança Democrática , MDC) como primeiro-ministro. EFE
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