18 já morreram em protestos no Chile; presidente pede desculpas e anuncia medidas sociais
Subiu para 18 o número de mortos nos protestos no Chile. A informação foi confirmada, nesta quarta-feira (23), pelo subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla. De acordo com ele, as três novas vítimas são uma criança, vítima de um atropelamento em massa no sul do país, um adulto e uma outra pessoa, ainda não identificada, na capital, Santigo.
Ainda segundo o subsecretário, 979 pessoas foram detidas nas últimas 24 horas. Do total das detenções realizadas na terça-feira (22), 592 ocorreram sob a vigência do toque de recolher, que foi aplicado em diversas partes do país.
“Quero destacar aqui que houve uma capacidade mais efetiva das forças policiais e de segurança, Carabineiros (polícia militar), PDI (Polícia de Investigação) e Forças Armadas, em termos de evitar estes saques e incêndios”, disse.
Embora Ubilla tenha reconhecido que a violência diminuiu em comparação com o dia anterior, as manifestações se replicaram de novo por todo o país durante a terça-feira (22). A expectativa é que aconteça o mesmo nesta quarta-feira, por causa da convocação da greve geral.
Números
Ao todo, a terça-feira contabilizou 54 manifestações, nas quais calcula-se que 220 mil pessoas marcaram presença. De acordo com os dados do governo, 95 agentes e 102 civis ficaram lesionados nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança.
O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), que trabalha diariamente nas ruas de todo o Chile para acompanhar a situação dos protestos, contabiliza 1.894 detidos desde a quinta-feira (17) passada, data de início das manifestações. No último balanço, divulgado na madrugada de hoje , a organização informa que 269 pessoas ficaram feridas, 137 delas por arma de fogo.
Do total de 18 mortos, o INDH conta cinco casos ocorridos pela intervenção dos agentes. Além disso, a organização constatou relatos de torturas e abusos das forças do Estado durante os protestos nos últimos cinco dias.
Pacote de medidas
Na noite de terça, o presidente do país, Sebastián Piñera, onde pediu perdão aos chilenos pela falta de visão de problemas históricos. Ele anunciou uma série de medidas para aliviar as tensões no país, como um incremento às aposentadorias, a criação de um teto para os gastos com medicamentos, a redução nas tarifas de energia elétrica e o aumento dos impostos para os ricos.
“Diante das legítimas necessidades e demandas sociais dos cidadãos, recebemos com humildade e claridade a mensagem que os chilenos nos mandaram. É verdade que os problemas se acumulavam há décadas e que os distintos governos não foram, nem nós fomos, capazes de reconhecer essa situação em toda a sua magnitude. Reconheço e peço perdão por essa falta de visão”, afirmou Piñera.
*Com informações das agências Brasil e EFE
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