Advogado diz que julgamento de Trump não foi justo e que defesa vai recorrer

Ex-presidente dos EUA foi acusado de ocultar pagamentos secretos à atriz pornô Stormy Daniels, com o intuito de influir no resultado das eleições de 2016

  • Por Jovem Pan
  • 31/05/2024 09h17
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Alon Skuy / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP donald trump Trump foi considerado culpado nas 34 acusações

A defesa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump já está pronta para recorrer da decisão do júri do Tribunal de Nova York, que considerou o republicano culpado nas 34 acusações no caso em que ele é réu na quinta-feira (30). Ele foi acusado de ocultar pagamentos secretos à atriz pornô Stormy Daniels, com o intuito de influir no resultado das eleições de 2016. O advogado de Trump, Todd Blanche, afirmou que o ex-presidente não teve um julgamento justo em entrevista a emissora americana Fox News. Ele argumenta que o juiz Juan Merchan não deveria ter presidido o caso, sugerindo que ele tinha mostrado sinais de parcialidade. Blanche apontou que ele havia entrado com duas moções separadas pedindo ao juiz Merchan que se retirasse do julgamento. Chamando a situação de “não justa”, ele exaltou Trump como “um marido, um pai, um avô e um amigo para muitas pessoas”. “Quando você vê isso acontecer com ele, e eu estava bem ao lado dele hoje, é de partir o coração.”

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Após a decisão do júri, Trump também atacou o juiz do caso, questionando sua idoneidade. “Esse julgamento é uma desgraça, o juiz era parcial e nunca deveria ter presidido este caso”, disse, sem oferecer provas. “O julgamento foi uma desgraça e estava manipulado. Sou um prisioneiro político.” Os advogados do ex-presidente tem 30 dias para registrar o recurso de apelação e até seis meses para registrar a apelação completa. Apenas o veredicto foi divulgado na quinta-feira. A pena será anunciada em 11 de julho pelo juiz do caso, Juan Merchan, e Trump ficará em liberdade até lá. A pena pode variar de 1 ano e quatro meses a 4 anos de prisão.

Trump não será preso, diz ex-promotor de NY

O ex-promotor distrital de Manhattan, Cy Vance, deu os parabéns na quinta-feira (30) ao seu sucessor, Alvin Bragg, por “conduzir um julgamento quase perfeito em uma situação muito difícil”. “Acho que é um caso importante que realmente ajuda a definir o que o Estado de direito deveria significar”, disse ele à Associated Press.

O gabinete do promotor investigou Trump enquanto Vance ocupava o cargo principal, mas não apresentou nenhuma acusação antes de o democrata se aposentar no final de 2021 e Bragg assumir o cargo. Vance disse não achar provável que Trump seja condenado à prisão no caso de Manhattan, porque “os crimes não exigem isso”.

Além disso, o ex-promotor afirmou que, se Trump fosse preso por conta deste caso, seria mais “problemático” do que vale a pena, dado que o ex-presidente deve ser o candidato republicano à Casa Branca.

“Acho que a ideia de tê-lo sob custódia é realmente difícil de imaginar, dado o seu papel no teatro político do país durante os próximos seis meses”, disse Vance.

Outros casos

O caso do dinheiro secreto, embora criticado por alguns especialistas jurídicos que o consideraram o mais fraco dos quatro processos contra Trump, assumiu uma maior importância não só porque foi primeiro a ir a julgamento, mas também porque pode ser o único dos casos de Trump a chegar a um júri antes da eleição.

Os outros três – casos locais e federais em Atlanta e Washington de que ele conspirou para prejudicar as eleições presidenciais de 2020, bem como uma acusação federal na Flórida relacionada ao acúmulo ilegal de registros da Casa Branca – estão envolvidos em disputas judiciais e apelações.

*Com informações do Estadão Conteúdo

 

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