Alemanha entra em recessão após queda de 0,3% do PIB no 1º trimestre

País registrou queda da atividade econômica durante dois trimestres consecutivos pela primeira vez desde a pandemia do coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2023 11h28
EFE/EPA/ROBERT GHEMENT Frank-Walter Steinmeier Frank-Walter Steinmeier é presidente da Alemanha desde 2017

A Alemanha entrou em recessão técnica no primeiro trimestre de 2023, após a segunda contração consecutiva do Produto Interno Bruto (PIB). O país enfrenta um cenário de queda da demanda na indústria, inflação e taxas de juros elevadas. O PIB da maior economia da Europa registrou queda de 0,3% entre janeiro e março na comparação com os três meses anteriores. No quarto trimestre de 2022, a Alemanha registrou contração de 0,5%, de acordo com os dados corrigidos por variações sazonais e divulgados pelo instituto Destatis. Em ritmo anual, o PIB alemão teve contração 0,5% nos três primeiros meses do ano. Com o resultado, a Alemanha entrou em recessão técnica, que é definida como a queda da atividade durante dois trimestres consecutivos.

Esta é a primeira vez que isto acontece no país desde a pandemia de coronavírus, que provocou a queda do PIB no primeiro e segundo trimestres de 2020. A indústria alemã, que durante muito tempo foi dependente do gás russo, foi muito afetada no ano passado depois que Moscou, em consequência das sanções ocidentais pela invasão da Ucrânia, cortou o fornecimento e os preços registraram forte alta. Apesar do cenário, a economia alemã pareceu suportar melhor do que o esperado, graças à enorme ajuda pública, ao aumento do uso de gás liquefeito e a uma queda dos preços do gás no início do ano. A indústria também foi beneficiada pela reabertura da China após a pandemia.

Vários indicadores econômicos do mês de março ilustram a situação, com destaque para a produção industrial, central para o modelo econômico alemão, que teve queda de 3,4% na comparação com fevereiro. Os pedidos industriais também registraram forte queda em março, com recuo de 10,7% na comparação com o mês anterior, resultado sem precedentes desde o pior momento da pandemia. As exportações, essenciais para este setor, caíram 5,2%. E tudo isso em um cenário de desaceleração do consumo interno, devido à inflação, que permanece muito elevada par aos padrões alemães, acima de 7%. Os aliados comerciais do país importaram menos produtos fabricados na Alemanha devido às “turbulências geopolíticas, a inflação elevada e a perda de poder aquisitivo”, afirmou o instituto econômico DIHK.

Apesar dos resultados, o governo alemão projeta uma recuperação progressiva da atividade durante o ano e um crescimento de 0,4% para 2023. “A economia enfrentou uma fragilidade no inverno (hemisfério norte). Mas continuamos esperando uma melhora considerável ao longo do ano”, afirmou o ministério da Economia. Mas nem todos são tão otimistas. O FMI previu em abril que a atividade econômica alemã registrará contração de 0,1% este ano, antes de uma recuperação de 1,1% em 2024.

*Com informações da agência AFP

 

 

 

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