Aliado de Trump sofre segundo revés, e Congresso dos EUA segue sem presidente
Jim Jordan é atualmente o único candidato republicano na disputa pelo cargo; 20 conservadores moderados rejeitam suas posições por considerá-las extremas
Jim Jordan, aliado de Donald Trump, sofreu um novo revés nesta quarta-feira, 18, ao fracassar pela segunda vez em sua tentativa de assumir o cargo de presidente do Câmara Baixa do Congresso, o que faz com que a Casa siga sem um líder após a destituição de Kevin McCarthy em 3 de outubro. Paralisada há 15 dias, ela está privada de muitas de suas prerrogativas, como a adoção de leis. O que faz com que as promessas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como o envio de US$ 100 milhões em ajuda humanitária, não possa ser cumprida, temporariamente. O Congresso dos Estados Unidos tem duas Câmaras: o Senado (alta), controlado pelos democratas de Biden, e a Câmara de Representantes (baixa), nas mãos dos republicanos. Os republicanos, responsáveis por eleger o “presidente” desta Câmara por ter a maioria dos assentos, não conseguem chegar a um acordo, evidenciando suas divisões a um ano das eleições presidenciais.
O congressista Jim Jordan, da ala mais conservadora do partido e muito próximo ao ex-presidente Donald Trump, é atualmente o único candidato republicano na disputa pelo cargo. Mas não conseguiu se eleger nem na terça, nem na manhã desta quarta porque 20 republicanos moderados rejeitam suas posições por considerá-las extremas, e se negam a lhe dar seu voto. Em um Legislativo ainda marcado pelo ataque ao Capitólio, os democratas denunciam a posição ambígua de Jim Jordan sobre as presidenciais de 2020, eleições que Donald Trump ainda diz terem sido fraudadas, sem apresentar provas. Por isso, também não o ajudarão a conquistar o cargo. A eleição pode durar dias: o ex-presidente da Câmara Kevin MCCarthy teve que se submeter a 15 rodadas de votação e fazer muitas concessões para chegar à presidência da Casa, em janeiro passado. Os republicanos querem evitar a qualquer custo que isso se repita. Até agora, tem sido em vão.
Desde janeiro, os conservadores contam com 221 assentos na Câmara e Jordan precisava de 217 votos para conquistar o cargo, mas 22 dos seus colegas de partido votaram em candidatos que nem sequer tinham concorrido. Entre eles, o ex-presidente da Câmara, o também conservador Kevin McCarthy, que obteve cinco votos, e o republicano indicado anteriormente para concorrer a esse cargo, Steve Scalise, que obteve sete. Scalise desistiu de apresentar sua candidatura à votação na semana passada quando percebeu que não tinha apoio suficiente. No total, Jordan obteve nesta quarta 199 votos e o seu adversário, o líder da minoria democrata, Hakeem Jeffries, 212, todos da sua bancada, de modo que nenhum deles obteve o mínimo necessário para assumir o cargo. Os democratas aplaudiram o seu líder quando o resultado foi certificado, enquanto os republicanos receberam os números em silêncio. Na votação de terça-feira, o representante republicano havia obtido 200 votos, sem o apoio de 20 de seus correligionários, e Jeffries ficou com 212 novamente.
*Com informações da AFP
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