Aliado de Trump sofre segundo revés, e Congresso dos EUA segue sem presidente

Jim Jordan é atualmente o único candidato republicano na disputa pelo cargo; 20 conservadores moderados rejeitam suas posições por considerá-las extremas

  • Por Jovem Pan
  • 18/10/2023 17h04
EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS Jim Jordan Representante republicano de Ohio, Jim Jordan, caminha para uma reunião antes de outra votação no plenário da Câmara

Jim Jordan, aliado de Donald Trump, sofreu um novo revés nesta quarta-feira, 18, ao fracassar pela segunda vez em sua tentativa de assumir o cargo de presidente do Câmara Baixa do Congresso, o que faz com que a Casa siga sem um líder após a destituição de Kevin McCarthy em 3 de outubro. Paralisada há 15 dias, ela está privada de muitas de suas prerrogativas, como a adoção de leis. O que faz com que as promessas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como o envio de US$ 100 milhões em ajuda humanitária, não possa ser cumprida, temporariamente. O Congresso dos Estados Unidos tem duas Câmaras: o Senado (alta), controlado pelos democratas de Biden, e a Câmara de Representantes (baixa), nas mãos dos republicanos. Os republicanos, responsáveis por eleger o “presidente” desta Câmara por ter a maioria dos assentos, não conseguem chegar a um acordo, evidenciando suas divisões a um ano das eleições presidenciais.

O congressista Jim Jordan, da ala mais conservadora do partido e muito próximo ao ex-presidente Donald Trump, é atualmente o único candidato republicano na disputa pelo cargo. Mas não conseguiu se eleger nem na terça, nem na manhã desta quarta porque 20 republicanos moderados rejeitam suas posições por considerá-las extremas, e se negam a lhe dar seu voto. Em um Legislativo ainda marcado pelo ataque ao Capitólio, os democratas denunciam a posição ambígua de Jim Jordan sobre as presidenciais de 2020, eleições que Donald Trump ainda diz terem sido fraudadas, sem apresentar provas. Por isso, também não o ajudarão a conquistar o cargo. A eleição pode durar dias: o ex-presidente da Câmara Kevin MCCarthy teve que se submeter a 15 rodadas de votação e fazer muitas concessões para chegar à presidência da Casa, em janeiro passado. Os republicanos querem evitar a qualquer custo que isso se repita. Até agora, tem sido em vão.

Desde janeiro, os conservadores contam com 221 assentos na Câmara e Jordan precisava de 217 votos para conquistar o cargo, mas 22 dos seus colegas de partido votaram em candidatos que nem sequer tinham concorrido. Entre eles, o ex-presidente da Câmara, o também conservador Kevin McCarthy, que obteve cinco votos, e o republicano indicado anteriormente para concorrer a esse cargo, Steve Scalise, que obteve sete. Scalise desistiu de apresentar sua candidatura à votação na semana passada quando percebeu que não tinha apoio suficiente. No total, Jordan obteve nesta quarta 199 votos e o seu adversário, o líder da minoria democrata, Hakeem Jeffries, 212, todos da sua bancada, de modo que nenhum deles obteve o mínimo necessário para assumir o cargo. Os democratas aplaudiram o seu líder quando o resultado foi certificado, enquanto os republicanos receberam os números em silêncio. Na votação de terça-feira, o representante republicano havia obtido 200 votos, sem o apoio de 20 de seus correligionários, e Jeffries ficou com 212 novamente.

*Com informações da AFP

 

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