Após contraofensiva ucraniana, Rússia ataca destino de férias de turistas dos dois países
Exército da Ucrânia reportou que durante o último dia teriam liberado mais três quilômetros quadrados de território; ao menos seis pessoas morreram e 19 ficaram feridas no ataque em Odessa
[Diante das conquistas da Ucrânia em decorrência da contraofensiva lançada na última semana, a Rússia intensificou os ataques. Netsa quarta-feira, ao menos seis pessoas morreram e 19 ficaram feridas após um bombardeio russo, um deles conta o porto de Odessa, cidade que antes da guerra era um destino de férias muito apreciado por ucranianos e russos. Desde o início da guerra, a cidade foi bombardeada diversas vezes pela Rússia. Em janeiro, a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) incluiu o centro histórico de Odessa na lista de Patrimônio da Humanidade em perigo. A Força Aérea ucraniana afirmou que três dos quatro mísseis russos disparados contra a cidade foram derrubados. A Rússia também lançou 10 drones de fabricação iraniana Shahed-136/131 durante a noite – a partir do Mar de Azov – contra o sudeste da Ucrânia. Em Kramatorsk, a maior cidade da região, foi aberta uma cratera provocada por uma explosão em uma rodovia, perto de casas com as janelas destruídas. O exército russo afirmou que executou ataques noturnos contra locais em que estavam reunidos soldados, depósitos de munições e armamentos. “Todos os alvos foram atingidos”, destaca um comunicado.
Esses ataques acontecem em um momento em que as forças ucranianas reivindicam pequenos avanços na frente de batalha. O Exército da Ucrânia reportou nesta quarta-feira novos avanços de entre 200 e 1.400 metros em várias zonas da linha de frente por parte das suas tropas, que durante o último dia teriam liberado mais três quilômetros quadrados de território. Esta nova avaliação da incipiente contraofensiva ucraniana foi feita hoje pelo porta-voz do Estado-Maior ucraniano, Andriy Kovalev, que também se referiu à situação em alguns setores da linha de frente. “Na direção de Berdyansk, os combates continuam na área da cidade de Makarivka”, disse o porta-voz militar de Kiev. Berdyansk é um porto ucraniano no Mar de Azov, localizado na província ucraniana de Zaporizhia e ocupado pela Rússia. Já Makarivka é uma pequena cidade da província de Donetsk, localizada cerca de 140 quilômetros ao norte de Berdyansk, que as tropas ucranianas recapturaram há poucos dias. Segundo Kovalev, também há confrontos nas cidades de Novodanilivka e Novopokrovka, na província de zaporizhia. O Ministério da Defesa ucraniano informou na segunda-feira que a Ucrânia conseguiu liberar sete cidades, incluindo Makarivka, e um total de 90 quilômetros quadrados durante a primeira semana da contraofensiva, que atualmente está focada em três setores da linha de frente localizados em Donetsk, em Zaporizhia e na interseção dessas duas províncias.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, pretende visitar a central nuclear de Zaporizhia, controlada pela Rússia, para verificar se existem riscos após a destruição da represa de Kakhovka, no rio Dnieper. Inicialmente prevista para esta quarta-feira, a visita foi adiada para quinta-feira, de acordo com uma fonte do setor nuclear russo que não revelou os motivos. A Ucrânia e a AIEA não confirmaram a informação. Grossi afirmou que “não há perigo imediato”, mas o nível de água do reservatório de refrigeração da central é motivo de preocupação. “Quero fazer minha própria avaliação, visitar o local, conversar com a direção sobre as medidas que foram adotadas e, depois, estabelecer uma avaliação mais definitiva do perigo”, explicou na terça-feira. A destruição da represa provocou inundações no sul da Ucrânia: 17 pessoas morreram na parte ocupada pela Rússia e 10 na área sob controle ucraniano.
*Com informações das agências internacionais
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