Após duas semanas de protestos, premiê do Líbano renuncia ao cargo

  • Por Jovem Pan
  • 29/10/2019 12h46 - Atualizado em 30/10/2019 08h30
EFE Manifestações tiveram início em 17 de outubro, após governo taxar ligações de WhatsApp

O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, renunciou ao cargo nesta terça-feira (29), depois de duas semanas de grandes protestos contra o governo nas ruas de todo o país.

“Vou ao Palácio Baabda para apresentar a renúncia do governo ao presidente, Michel Aoun, em resposta aos muitos libaneses que foram às praças para pedir mudança”, disse, em breve discurso televisionado.

Hariri explicou que não pode mais “esconder” o fato de que o Líbano chegou a um “beco sem saída”, então colocou o cargo “nas mãos do presidente e de todos os libaneses”. Agora, cabe a Aoun aceitar ou rejeitar o pedido de renúncia.

Aos aliados políticos, Hariri declarou que tem a responsabilidade de proteger o país e procurar formas de desenvolver a economia, para a qual agora existe uma boa oportunidade que não deve ser desperdiçada. “Os cargos vêm e vão, mas a coisa mais importante é a dignidade e segurança da pátria. Ninguém é maior que o meu país”, comentou o premiê.

Protestos

Os protestos que sacudiram o país neste ano começaram em 17 de outubro, depois que o governo anunciou a intenção de tributar as ligações telefônicas por meio de serviços gratuitos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp.

Desde então, milhares de pessoas saíram às ruas de Beirute e de outras cidades do país exigindo a renúncia do governo e respostas contra a corrupção e a situação econômica de um país que, depois de 29 anos, ainda é incapaz de garantir o fornecimento de eletricidade.

Histórico

Hariri já renunciou de surpresa em 2017, em discurso televisionado da Arábia Saudita, no qual denunciou que um ataque estava sendo preparado contra si e criticou a interferência do Irã no Líbano e no mundo árabe.

Um mês depois, retirou o pedido de renúncia após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros na qual todas as forças políticas libanesas se comprometeram a dissociar-se dos conflitos regionais.

*Com informações da Agência EFE

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