Após mortes de 1.400 golfinhos gerarem revolta, Ilhas Faroe prometem rever regulação de caça
Denúncia de ONG norte-americana mostrou ‘mar de sangue’ e animais retalhados na areia da praia; governo local defende que atividade é ‘sustentável’
O governo das Ilhas Faroe se pronunciou nesta quinta-feira, 16, sobre a situação da caça marítima na região após a ONG Sea Shepherd Conservation Society denunciar nas redes sociais que mais de 1,4 mil golfinhos do oceano Atlântico foram mortos em um único dia por causa da caça desenfreada dos animais no arquipélago. As denúncias, acompanhadas de uma série de imagens gráficas que mostram o mar repleto de sangue e os animais retalhados na costa de uma praia, causaram revolta nas redes sociais. A princípio, a ilha tinha defendido o papel “tradicional” da caça na região, chamada de “grindadráp” no idioma faroês. Nesta quinta, porém, o posicionamento foi diferente. “Nós levamos essa questão muito a sério. Mesmo que essas caças sejam consideradas ‘sustentáveis’, nós vamos monitorar de forma mais próxima as caças a golfinhos e o papel que elas têm na sociedade”, afirmou o primeiro-ministro do local, Bárður á Steig Nielsen.
Ele reconheceu que o número de animais capturados em 2021 foi “extraordinário” e, por causa disso, se comprometeu em rever os pormenores da regulação no arquipélago. A maior parte do governo defende a caça a golfinhos e baleias na região e aponta que ela faz parte de algo sustentável porque toda a carne retirada dos animais é distribuída para moradores do país, que tem pouco mais de 45 mil habitantes. Segundo dados do governo local, cerca de cinco mil deles receberam a comida em casa sem qualquer custo. A média de animais mortos neste ano, porém, foi muito superior à de anos anteriores, que variava entre 250 e 600.
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