Argentina anuncia acordo com credores para reestruturar títulos de dívida

O país está em recessão desde 2018

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2020 11h02 - Atualizado em 04/08/2020 11h04
Divulgação Alberto Fernández egundo o acordo, a Argentina ajustará algumas das datas de pagamento para os "novos" títulos da dívida

O governo da Argentina e os três principais grupos de credores privados do país chegaram a um acordo pela reestruturação de títulos da dívida sob direito estrangeiro, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (4) pelo Ministério da Economia local. Segundo o acordo, a Argentina ajustará algumas das datas de pagamento para os “novos” títulos da dívida, estabelecidas na proposta apresentada para os detentores no dia 6 de julho.

“Sem aumentar o montante total dos pagamentos de capital ou os pagamentos de juros, é que a Argentina se compromete a fazer e melhorar, ao mesmo tempo, o valor da proposta para a comunidade credora”, aponta o comunicado do Ministério da Economia. Para que o acordo seja efetivado e os detentores de títulos da dívida formalizem a adesão, a Argentina, que está em recessão desde 2018, estendeu de novo desta terça até 24 de agosto o prazo de vigência da oferta com que busca reestruturar cerca de US$ 66 bilhões em títulos sob direito estrangeiro. Concretamente, o comunicado especifica que os títulos a serem reestruturado, emitidos em 2005 e 2010 e a partir de 2016, foram trocados por novos títulos em dólares e euros, com vencimentos em 2029, 2030 e 2038.

Oferta lançada em abril

O governo de Alberto Fernández e os credores negociavam desde abril, quando foi lançada a primeira oferta de swap de títulos — que não recebeu o mínimo de adesão necessária para seguir adiante. Em 5 de julho, a Argentina formalizou uma nova oferta, com melhorias em relação à realizada em abril. No entanto, ela acabou rejeitada pelos três maiores grupos de credores privados, liderados por grandes fundos de investimento. Os comitês, por sua vez, apresentaram uma contraproposta conjunta, mas ela foi contestada pelo governo de Alberto Fernández.

Em termos de valor presente líquido, a diferença foi reduzida em cerca de três dólares, pois enquanto a oferta da Argentina foi avaliada em cerca de US$ 53 para cada US$ 100 de dívida, a dos credores foi avaliada em cerca de US$ 56. Enquanto negociava forma de solucionar a reestruturação da dívida externa, a Argentina seguia tentando chegar a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para fechar o pagamento de um empréstimo de US$ 44 bilhões, que o órgão fez em 2018. Além disso, na semana passada, o Senado aprovou um projeto que busca iniciar as conversas entre o país e os detentores de US$ 41,71 bilhões de títulos de dívida sob direito local.

*Com informações da EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.