Argentina entra em conflito com FMI e diz que efeitos da guerra devem ser compensados em dívida

Ministro da Economia atribui os atuais problemas de endividamento ao empréstimo contraído com o FMI pelo governo anterior

  • Por Jovem Pan
  • 15/01/2023 12h23 - Atualizado em 15/01/2023 12h28
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Eitan Abramovich/AFP - 06/12/2022 O presidente da Argentina, Alberto Fernandez (C), gesticula ao sair no final da cúpula de chefes de estado do Mercosul Em 2022, o governo de Alberto Fernández renegociou o crédito de US$ 44 bilhões com o FMI

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, considerou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está quebrando o compromisso de revisar os custos da guerra na Ucrânia para o país sul-americano. “A Argentina cumpriu com seu programa, mas o Fundo Monetário não está cumprindo com a Argentina a revisão de como vai compensar os países que pagaram o custo da guerra com sua economia. É um problema a ser resolvido”, disse Massa, em entrevista ao portal Infobae. Em 2022, o governo de Alberto Fernández renegociou o crédito de US$ 44 bilhões com o FMI que a Argentina havia contraído durante a presidência de Mauricio Macri, em 2018. Durante a cúpula do Grupo dos 20 (G20), em novembro, em Bali (Indonésia), Fernández discutiu com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, “o negativo da guerra para o mundo inteiro” e seu impacto específico nos países emergentes.

Georgieva recomendou então que o governo “mantivesse o rumo” que havia adotado nos últimos meses desde o início da gestão de Massa na economia. O governo estima os custos da guerra na Ucrânia para a economia argentina em cerca de US$ 5 trilhões, disse o ministro das Relações Exteriores, Santiago Cafiero, durante a cúpula do G20. Em dezembro, o FMI aprovou o cumprimento das metas fiscais e monetárias renegociadas em 2022 com a Argentina, que fechou o ano com inflação de 94,8%, a maior em 32 anos, embora o crescimento seja estimado em 5% em 2022. Massa atribuiu os atuais problemas de endividamento da Argentina ao empréstimo contraído com o FMI pelo governo anterior: “É uma bomba que deve ser administrada e que limitou a capacidade de crescimento”, afirmou. “Nosso principal objetivo é baixar a inflação sem congelar a economia, porque a paz dos cemitérios não serve para ninguém”, aludindo às críticas de economistas da oposição que exigem maior ajuste fiscal.

*Com informações da AFP

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