Ataque israelense na Cisjordânia deixa ao menos nove palestinos mortos
Esse é o saldo mais alto de uma operação de Israel nos últimos anos; autoridades informaram que 20 pessoas ficaram feridas
Um ataque israelense em Jenin, na Cisjordânia ocupada, deixou ao menos nove palestinos mortos, entre eles uma idosa, e 20 pessoas feridas nesta quinta-feira, 26, durante a operação militar no campo de refugiados. A informação é do Ministério da Saúde palestino. Este é o saldo mais alto em uma operação israelense na Cisjordânia nos últimos anos. Um porta-voz militar israelense disse que o Exército realizou “uma operação antiterrorista” contra a organização armada Jihad Islâmica, envolvida em vários ataques contra Israel. Os palestinos acusam os israelenses de terem usado gás lacrimogêneo no ataque, ação que Israel nega. Segundo a ministra da Saúde palestina, Mai Al Kaila, as forças israelenses “jogaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo” na ala pediátrica de um hospital de Jenin antes de se retirarem, o que provocou a asfixia de algumas crianças”. “Ninguém disparou gás lacrimogêneo deliberadamente contra um hospital, mas a operação ocorreu não muito longe de um hospital e é possível que o gás lacrimogêneo tenha entrado por uma janela aberta”, rebateu um porta-voz do Exército israelense, rejeitando as acusações palestinas.
O Exército israelense, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, realiza operações quase diárias nesse território palestino, principalmente no norte, nos setores de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados. “O Exército israelense destrói tudo e atira em tudo que se move”, disse o vice-governador de Jenin, Kamal Abu Al Rub, acrescentando que os moradores vivem “em estado de guerra”. A ministra palestina convocou uma “reunião de emergência” com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). “O que está acontecendo em Jenin e em seu campo é um massacre perpetrado pelo governo de ocupação israelense”, disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
Saleh Al Aruri, autoridade do Hamas, o movimento islâmico palestino no poder na Faixa de Gaza, afirmou que “a ocupação pagará o preço por este massacre que cometeu em Jenin e em seu campo de refugiados”. O secretário-geral da Liga Árabe denunciou um “massacre sangrento” perpetrado “sob as ordens diretas do (primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu e seu Estado-Maior”. Com as mortes desta quinta-feira, sobe para 29 o número de palestinos, civis ou integrantes de grupos armados, mortos desde o início do ano em atos de violência contra forças israelenses ou civis.
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