Atentado suicida perto da embaixada russa mata ao menos 6 no Afeganistão

Este é o primeiro ataque com bomba contra uma missão estrangeira desde que o Talibã tomou o poder em agosto de 2021

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2022 12h41
Unsplash/Mohammad Husaini kabul-capital-afeganistao-vista-aerea-unsplash-Mohammad-Husaini Vista aérea da cidade de Kabul, capital do Afeganistão

Dois funcionários da embaixada russa em Cabul, capital do Afeganistão, e quatro afegãos morreram nesta segunda-feira, 5, em um atentado com bomba nos arredores da embaixada da Rússia. Além dos seis mortos confirmados até então, cerca de 11 pessoas ficaram feridas, de acordo com o noticiado por agencias internacionais. Este é o primeiro ataque contra uma missão estrangeira desde que o Talibã tomou o poder em agosto de 2021. Em uma iniciativa suicida, o agressor detonou uma carga explosiva perto da entrada da embaixada. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, categorizou a ação como um “ataque terrorista”: “Agora, o importante é obter a informação do lugar dos fatos, sobre o que aconteceu com nossos representantes, nossos diplomáticos”. Nenhum grupo armado reivindicou a autoria do ataque à embaixada russa até a publicação deste texto. Mas diversos ataques com bomba, abalaram o país do Oriente Médio nos últimos meses e a maioria deles são reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que visa principalmente comunidades minoritárias, como xiitas, sufis e sikhs. Embora o EI seja um grupo islâmico sunita, como o Talibã, ambos são rivais e têm ideologias diferentes.

“Quatro de nossos compatriotas e dois funcionários da embaixada russa morreram, e vários afegãos ficaram feridos”, escreveu no Twitter o porta-voz da polícia de Cabul, Khalid Zadran. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que medidas imediatas foram tomadas para reforçar a segurança na embaixada, localizada em uma das principais ruas de Cabul, que leva ao prédio do Parlamento. A Rússia é um dos poucos países que mantém ativo o serviço diplomático no Afeganistão e foi uma das primeiras nações a defender a aproximação com os talibãs, apesar de não ter reconhecido o regime dos fundamentalistas, assim como toda a comunidade internacional.

O ataque é um problema para os líderes talibãs, que durante meses incentivaram os países estrangeiros a reabrir suas missões diplomáticas em Cabul. O ministério das Relações Exteriores afegão disse que as autoridades “não permitirão que inimigos sabotem as relações entre os dois países com ações tão negativas” e abriu uma investigação para apurar o caso. No Twitter, a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) condenou o ataque, que “enfatiza a necessidade de que as autoridades de fato tomem medidas para garantir a segurança das pessoas e das missões diplomáticas”.

*Com informações da EFE e AFP

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