Berço do cristianismo, Belém vive mais um Natal ofuscado pela guerra na Faixa de Gaza

Cidade da Cisjordânia optou por manifestações mais discretas em solidariedade às vítimas do conflito no Oriente Médio; não houve decorações natalinas nas ruas nem na Praça da Manjedoura

  • Por Jovem Pan
  • 24/12/2024 20h43
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Alejandro Ernesto/EFE Palestinos celebram o Natal em Belém, cidade da Cisjordânia ocupada onde a tradição situa o nascimento de Jesus Palestinos celebram o Natal em Belém, cidade da Cisjordânia ocupada onde a tradição situa o nascimento de Jesus

Centenas de fiéis reuniram-se nesta terça-feira (24) em Belém, na Cisjordânia, para celebrar um Natal marcado pelo impacto do conflito em Gaza. A cidade, considerada o berço do cristianismo, optou por manifestações mais discretas em solidariedade às vítimas da guerra. O prefeito Anton Salman destacou que não houve decorações natalinas nas ruas nem na Praça da Manjedoura, buscando alertar o mundo sobre o sofrimento palestino sob ocupação israelense.

Na véspera de Natal, desfiles de escoteiros trouxeram mensagens como “Detenham o genocídio em Gaza”, enquanto o patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, que visitou Gaza recentemente, pediu aos fiéis que não percam a esperança, apesar da devastação. Em Gaza, cristãos celebraram a Missa da Noite de Natal na igreja da Sagrada Família. “Este Natal tem cheiro de morte e destruição”, lamentou George Al Sayegh, palestino deslocado pelo conflito.

No Vaticano, o papa Francisco deu início ao Ano Santo da Igreja Católica, esperado para atrair mais de 30 milhões de peregrinos a Roma em 2025. O pontífice abriu simbolicamente a Porta Santa da Basílica de São Pedro, marcando o início do Jubileu ordinário. Em sua homilia durante a Missa do Galo, o papa criticou as guerras e a violência contra crianças, em uma menção implícita aos ataques em Gaza, gerando reações do governo israelense.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou avanços nas negociações sobre reféns retidos em Gaza, condição essencial para um cessar-fogo com o Hamas. Em um discurso aos cristãos, Netanyahu reafirmou o compromisso de lutar contra “forças do mal” e ressaltou o apoio recebido em meio ao conflito.

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Na Alemanha, a celebração do Natal foi ofuscada por um atropelamento no mercado de Magdeburgo, que deixou cinco mortos e mais de 200 feridos. Já na França, a Catedral de Notre Dame, em Paris, realizou sua primeira missa de Natal desde o incêndio de 2019, atraindo fiéis como Daniel James, que celebrou o retorno ao espaço histórico. Nos Estados Unidos, a tradição de rastrear o Papai Noel trouxe leveza à noite natalina, permitindo que crianças e adultos acompanhassem, em tempo real, a jornada do bom velhinho pela internet.

*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira

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