Biden adverte Israel sobre voltar a ocupar a Faixa de Gaza: ‘Grande erro’

Chefe de Estado norte-americano defendeu o direito do Estado judeu de entrar no enclave palestino para eliminar os combatentes do grupo fundamentalista islâmico Hamas, mas não uma ocupação em grande escala

  • Por Jovem Pan
  • 15/10/2023 22h44
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EFE/EPA/Ting Shen/POOL joe biden presidente dos EUA, Joe Biden, discursa no jantar nacional da Campanha de Direitos Humanos em Washington, DC, EUA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu Israel que voltar a ocupar a Faixa de Gaza seria um “grande erro”, embora tenha defendido o direito do Estado judeu de entrar no enclave palestino para eliminar os combatentes do grupo fundamentalista islâmico Hamas. O presidente americano expressou relutância quanto a uma ocupação em grande escala da Faixa de Gaza. “Acho que seria um grande erro”, disse Biden à “CBS” na entrevista gravada na quinta-feira e transmitida hoje à noite. “O que aconteceu em Gaza, na minha opinião, é que o Hamas e os elementos extremistas do Hamas não representam todo o povo palestino. E penso que seria um erro Israel ocupar Gaza novamente”, declarou.  As declarações de Biden, feitas em uma entrevista transmitida neste domingo pela emissora “CBS”, representam sua primeira tentativa pública de tentar conter a retaliação que Israel tem tomado contra a Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.

Até agora, Biden reafirmou seu apoio inabalável a Israel e evitou criticar o Estado judeu pelo bloqueio imposto a Gaza, que impediu a entrada de água, alimentos e medicamentos desde o ataque do Hamas, apesar dos alertas da ONU sobre a possibilidade de uma crise humanitária. Ele considerou que é necessário “eliminar os extremistas” que se escondem entre a população civil na Faixa de Gaza. A Faixa de Gaza foi administrada pelo Egito entre o armistício da guerra árabe-israelense de 1949 e a Guerra dos Seis Dias de 1967, quando Israel tomou o Sinai, Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã na Síria. Israel retirou-se de Gaza em 2005.

faixa de gaza

No ano seguinte, o Hamas, considerado um grupo terrorista por vários países (incluindo Israel, EUA e a União Europeia), concorreu às eleições de 2006 e conquistou a maioria dos assentos do Conselho Legislativo Palestino. Perante a ameaça internacional de sanções, o movimento islâmico aceitou um governo de unidade com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. No entanto, uma violenta luta nas ruas da Faixa entre os apoiadores do Hamas e os do presidente palestino terminou com a expulsão deste último do enclave. O Hamas começou a governar de fato em 2007 e desde então o território tem sido isolado e bloqueado por terra, mar e ar pelo Egito e por Israel. Além disso, depende do Estado judeu para abastecer-se. O Exército israelense entrou à força na Faixa de Gaza em 2009 e 2014, mas em ambos os casos optou por não permanecer no território.

*Com informações da EFE

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