Boris Johnson renuncia ao cargo de deputado por escândalo das festas na pandemia

Ex-premiê diz que decisão foi ‘forçada’ por comissão parlamentar que investiga ‘Partygate’, como ficaram conhecidas as celebrações em Downing Street; demissão tem efeito e aumenta a pressão sobre Rishi Sunak

  • Por Jovem Pan
  • 09/06/2023 17h39 - Atualizado em 09/06/2023 20h10
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REUTERS/Peter Nicholls Boris jonhson desaparecidos na AmazôniaBoris jonhson desaparecidos na Amazônia Boris Jonhson diz que Reino Unido está pronto para ajudar o Brasil nas buscas pelos desaparecidos na Amazônia

O ex-premiê britânico, Boris Johnson, renunciou nesta sexta-feira, 9, ao cargo de deputado e responsabilizou por sua decisão a comissão parlamentar que investiga o escândalo “Partygate”, as festas em Downing Street celebradas em plena pandemia de Covid-19. Johnson, de 58 anos, informou que sua demissão tem efeito imediato, desencadeando uma eleição parcial que aumenta a pressão política sobre seu sucessor, Rishi Sunak, do Partido Conservador. “É muito triste deixar o Parlamento — pelo menos por enquanto”, disse Johnson em um comunicado. “Estou sendo forçado a sair por um pequeno grupo de pessoas, sem nenhuma evidência para sustentar suas afirmações, e sem a aprovação nem mesmo dos membros do Partido Conservador, muito menos do eleitorado em geral”, declarou. O ex-chefe de Governo continua sendo investigado por uma Comissão parlamentar um ano depois de ter renunciado ao cargo de primeiro-ministro, após perder o apoio de seu próprio partido por causa dos escândalos que se sucediam. Johnson estava lutando por seu futuro político conforme um inquérito parlamentar investiga se ele enganou a Câmara dos Comuns quando disse que todas as regras da Covid-19 foram seguidas.

O comitê de privilégios do parlamento poderia recomendar que o ex-premiê fosse suspenso por mais de 10 dias se apurasse que ele enganou o Parlamento de forma imprudente ou deliberada, o que poderia desencadear uma eleição para seu cargo. O procedimento, a cargo da Comissão de Privilégios do Parlamento, está finalizando as investigações e acaba de entregar suas conclusões ao ex-premiê britânico, segundo a imprensa do Reino Unido. Johnson disse ter recebido uma carta do “comitê de privilégios deixando claro — para minha surpresa — que eles estão determinados a usar os procedimentos contra mim para me expulsar do Parlamento. “Recebi uma carta da Comissão de Privilégios que deixa claro, para minha surpresa, que estão decididos a usar o processo contra mim para me tirar do Parlamento”, escreveu em um comunicado. Na nota, Johnson, que exerceu a função de primeiro-ministro por três anos, acusa a Comissão parlamentar de ter elaborado um relatório “repleto de afirmações inexatas e preconceito”. Também reprova o fato de os investigadores de não terem lhe dado “nenhuma possibilidade formal de contestar o que eles afirmam”.

Em março, Johnson negou, perante a Comissão, ter mentido ao Parlamento e jurou sobre a bíblia dizer “toda a verdade e nada mais que a verdade”. O ex-premiê foi forçado a deixar o cargo de primeiro-ministro em julho de 2022, após uma sequência de escândalos, incluindo o “partygate”. Mas Johnson, que manteve sua cadeira de deputado, continuou exercendo bastante influência na maioria conservadora. O ex-líder britânico, que está prestes a fazer 59 anos e a ser pai pela oitava vez, não esconde o desejo de voltar ao poder, embora tenha se dedicado a dar palestras que lhe rendem milhões de libras. Sua renúncia provoca uma eleição parcial imediata. Horas antes do anúncio de Johnson, uma de suas aliadas, a ex-ministra da Cultura Nadine Dorries, também renunciou com efeito imediato. O primeiro-ministro, Rishi Sunak, no poder desde outubro, deverá, portanto, enfrentar testes eleitorais que se anunciam difíceis. Os conservadores estão em seu ponto mais baixo nas pesquisas após 13 anos no poder e tiveram importantes retrocessos em maio, durante as eleições locais celebradas na Inglaterra.

*Com informações das agências internacionais 

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