Brasil critica Israel e pede ‘basta’ nas ações em Gaza após ataque que matou mais de 100 civis: ‘Situação intolerável’

Em nota, o Itamaraty afirmou que o governo de Netanyahu não possui ‘qualquer limite ético’

  • Por Karoline Cavalcante, de Brasília
  • 01/03/2024 11h16 - Atualizado em 01/03/2024 12h38
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AFP Faixa de gaza Conflitos na Faixa de Gaza resultam em mais de 30 mil mortes de civis palestinos desde outubro

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) lamentou nesta sexta-feira, 1°, a morte dos mais de 100 civis palestinos vítimas de um ataque de Israel, enquanto aguardavam a distribuição de ajuda humanitária nesta quinta-feira, 29, no norte da Faixa de Gaza. Segundo o Itamaraty, trata-se de uma “situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem.” Em nota, o governo brasileiro disparou críticas ao governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e afirmou que cabe à comunidade internacional dar um “basta” no que acontece na região para evitar “novos massacres”. “O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão. A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres”, iniciou. 

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“Autoridades da ONU e especialistas em ajuda humanitária e assistência de saúde de diferentes organismos e entidades vêm denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil. Ainda assim, a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana”, completou o Itamaraty. 

O governo brasileiro relembrou que desde o início do conflito foram contabilizadas mais de 30 mil mortes de civis palestinos e pediu urgência por um cessar-fogo. “O Brasil reitera a absoluta urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns”, finalizou a nota. 

Em comunicado, o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf Al Qudra, afirmou que o número de mortos atingidos pelo ataque da rua Al Rashid é de 104, além de 760 feridos. Do outro lado, o exército israelense informou que os tiros foram disparados depois que os soldados se sentiram “ameaçados”, mas negaram a responsabilidade pelas mortes. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, pediu a suspensão da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza por “colocar em perigo” a vida dos soldados. “Hoje demonstrou que a transferência de ajuda humanitária para Gaza não é só uma loucura enquanto os nossos sequestrados são presos na Faixa em condições precárias, mas também colocam em perigo os soldados”, escreveu Ben Gvir na rede social X.

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