Câmara dos EUA cassa mandato de George Santos, deputado filho de brasileiros

Republicano é acusado de corrupção por procuradores de Nova York, e se tornou o sexto deputado a ser cassado na história do país 

  • Por Jovem Pan
  • 01/12/2023 13h33 - Atualizado em 01/12/2023 14h28
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Mandel NGAN / AFP geroge santos George Santos havia se negaram a renunciar ao cargo

O deputado republicano George Santos, filho de brasileiros e congressista pelo estado de Nova York, teve o mandato cassado nesta sexta-feira, 1, após mais de dois terços dos integrantes da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votaram por sua cassação. Foram mais de 311 votos a favor da moção, 114 contra e duas abstenções. Para expulsá-lo era preciso maioria de dois terços dos 435 assentos. Ele é acusado a nível federal de fraudar seus doadores e enfrenta acusações de lavagem de dinheiro e fraude eletrônica. Com a derrota, ele se tornou o sexto deputado a ser cassado na história dos EUA. A última expulsão tinha acontecido em 2002. Santos já havia resistido a duas tentativas anteriores de cassação e se recusava a renunciar ao cargo, contudo, já havia anunciado que não concorreria a um novo mandato no ano que vem. Santos se destacou por suas repetidas mentiras desde sua eleição no fim de 2022.Em 1º de novembro, uma maioria da Câmara, controlada pelos republicanos, votou contra cassar seu mandato. Santos admitiu ter mentido para os eleitores ao inventar diversas partes de sua vida e “desacreditou gravemente” a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

Em um relatório apresenta pela comissão de ética da instituição, que apresentou diversas irregularidades e crimes financeiros nos quais ele está envolvido, foi concluído que o congressista “buscou explorar de forma fraudulenta todos os aspectos de sua candidatura para obter benefícios econômicos pessoais” e “mentiu constantemente a seus eleitores, doadores e pessoal sobre seus antecedentes e experiência”. Santos classificou a ação como um “cerco” intimidatório e “uma perseguição” política. Na ocasião, a comissão instou os colegas de Santos a “tomar qualquer medida que julguem adequada e necessária para fazer cumprir o mandato constitucional da Câmara, que obriga a regular a conduta de seus membros”. Além disso, informou que enviou ao Departamento de Justiça suas conclusões sobre os fatos, pelos quais Santos está sendo processado criminalmente. Na quinta-feira, antes da votação, ele se manteve desafiador. Em uma coletiva de imprensa antes da terceira tentativa legislativa de expulsá-lo, considerando-o “inapto” para exercer o cargo: “Se for embora, eles ganham”, disse aos jornalistas em frente ao Capitólio.

Esse advogado de 35 anos, leito pelo estado de Nova York, declarou à imprensa que “toda vez por diferentes motivos persistem” em sua tentativa de expulsá-lo, mas está decidido a “seguir lutando” para provar sua inocência frente a “todas as acusações”. Considerou que “bandidos” o pressionavam e se negou a renunciar. Recentemente, Santos declarou-se inocente de acusações federais como ter fraudado as suas doações de campanha, assim como de lavagem de dinheiro e fraude eletrônica. Entre outras coisas, é acusado de utilizar dinheiro de doações em cirurgias com técnicas de botox e como usuário do site pornográfico Onlyfans, fraude com cartões de crédito e roubo de identidade. Também é acusado de receber seguro-desemprego ao qual não tinha direito durante a pandemia do coronavírus, antes de sua eleição.

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