EUA pedem a Israel que não retome a ofensiva em Gaza, a menos que proteja civis
Secretário de Estado dos Estados Unidos chegou a Israel na quinta para uma visita oficial, como tem feito repetidamente desde o início da guerra entre o país e o grupo islâmico Hamas, em 7 de outubro
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu nesta quinta-feira, 30, a Israel que não retome a ofensiva militar na Faixa de Gaza, a menos que estabeleça um plano concreto para proteger os civis palestinos. “Antes de Israel retomar suas operações militares, deve colocar em prática um plano humanitário para proteger os civis”, disse Blinken em uma entrevita coletiva em Tel Aviv, enfatizando que os EUA não querem que se repita no sul do enclave palestino a “perda maciça de vidas civis e o deslocamento (de pessoas) na escala que ocorreram no norte”. Ele afirmou que Israel deve implementar um plano que inclua “a designação precisa de áreas no centro e no sul de Gaza onde os civis possam estar seguros e fora da linha de fogo”, o que evita o deslocamento interno em massa e danos a infraestruturas críticas, como hospitais, geradores de energia e suprimentos de água. Blinken também defendeu que Israel permita que os cerca de 1,7 milhão de palestinos deslocados no sul da Faixa tenham a possibilidade de retornar ao norte.
“Tudo isso pode ser feito de forma que Israel continue capaz de atingir seus objetivos (…) porque tem um dos exércitos mais sofisticados do mundo. Ele é capaz de neutralizar a ameaça representada pelo Hamas, ao mesmo tempo em que minimiza os danos a mulheres e crianças”, disse Blinken. Ainda de acordo com ele, os líderes israelenses com quem se reuniu durante a visita concordaram com essa abordagem. O secretário de Estado dos Estados Unidos chegou a Israel na quinta para uma visita oficial, como tem feito repetidamente desde o início da guerra entre o país e o grupo islâmico Hamas, em 7 de outubro. Em uma reunião, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu a Blinken que, assim que a trégua – que começou em 24 de novembro com o objetivo de recuperar os reféns capturados pelo Hamas – terminar, ele “planeja continuar a guerra”. “Israel tem o direito de fazer tudo o que puder para garantir que não se repita o massacre de 7 de outubro do Hamas” em território israelense, mas “a forma como Israel se defende é importante”, enfatizou Blinken.
“É imperativo que Israel aja de acordo com a lei internacional e as leis da guerra, que se aplicam mesmo quando se luta contra um grupo terrorista, que não respeita nada”, acrescentou. Além disso, Blinken pediu uma extensão da trégua para permitir a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa, que, segundo ele, tem sido “insuficiente” até o momento. O secretário de Estado, que enfatizou a importância de uma solução para o conflito que inclua a criação de um Estado palestino, pediu em uma reunião com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que reformasse a instituição que governa pequenas áreas da Cisjordânia para recuperar a credibilidade e a popularidade. Blinken também pediu que o Hamas a liberte todos os reféns imediatamente, não use civis como escudo, entregue as armas e renuncie ao objetivo de destruir Israel. A visita de Blinken coincide com o sétimo dia de uma trégua entre Israel e o Hamas, intermediada por Catar, Egito e Estados Unidos em um acordo que inclui a libertação de prisioneiros palestinos nas prisões israelenses e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
*Com informações da EFE
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