CEO da empresa do submersível desaparecido debochou da necessidade de segurança: ‘Puro desperdício’

Stockton Rush está na embarcação que sumiu durante expedição ao Titanic; funcionário que alertou sobre problemas foi demitido e processado

  • Por Jovem Pan
  • 22/06/2023 12h04 - Atualizado em 22/06/2023 12h27
Reprodução/Youtube/@CBC Newfoundland titan submersível Stockton Rush, CEO da OceanGate, que está entre os tripulantes do submersível desaparecido

O CEO da OceanGate, empresa responsável pela expedição que desapareceu rumo aos destroços do Titanic, debochou da segurança exigida para a viagem e disse que era “um desperdício”. Stockton Rush é um dos cinco ocupantes do submersível Titan, que sumiu no Oceano Atlântico no domingo, 18. “Você sabe, em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício. Quero dizer, se você só quer estar seguro, não saia da cama, não entre no seu carro, não faça nada. Em algum momento, você vai correr algum risco, e é realmente uma questão de risco-recompensa”, disse durante participação no programa Unsung Science, do jornalista David Pogue, da CBS, que participou da expedição ao Titanic no ano passado. Em 2019, Rush também afirmou que a indústria de submersíveis seria “obscenamente segura” e reclamou que a regulamentação para esse tipo de embarcação de passageiros atrasa a inovação. “É obscenamente seguro, porque eles têm todos esses regulamentos. Mas também não inovou ou cresceu porque eles têm todos esses regulamentos”, afirmou o empresário à ‘Smithsonian Magazine’.

A OceanGate chegou a ser alertada, em 2018, por um ex-funcionário sobre problemas de “controle de qualidade e segurança” no submersível Titan, segundo documentos judiciais obtidos pela revista ‘The New Republic’. Porém, a questão foi ignorada e David Lochridge, então diretor de operações marítimas da empresa, foi demitido e processado por supostamente divulgar informações confidenciais. Lochridge havia informado que os passageiros corriam perigo conforme o veículo atingisse temperaturas mais profundas por conta da pressão sobre a estrutura do Titan. “Os passageiros pagantes não teriam conhecimento e não seriam informados sobre esse projeto experimental, a falta de testes não destrutivos do casco ou que materiais inflamáveis ​​perigosos estavam sendo usados ​​dentro do submersível”, diz um dos documentos do processo. Na ocasião ele pediu uma inspeção no submersível, mas, ele relata que teve problemas em obter documentos necessários para a realização do trabalho. Outros funcionários também levantaram preocupações sobre a recusa da empresa em conduzir testes críticos e não destrutivos do Titan. Nesta quinta-feira, 22, a operação de busca entrou em uma fase crítica, pois se estima que o oxigênio reserva que serve para abastecer os passageiros vivos por 96 horas, tenha acabado pela manhã. Mas, mesmo assim, as operações de buscas continuam, porém, até o momento, nada foi localizado, a não ser ruídos subaquáticos, porém sua origem ainda não foi identificada.

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