Charles III realiza seu primeiro ‘Discurso do Rei’ e destaca crescimento econômico 

Monarca foi recebido no Parlamento britânico com dezenas de manifestantes que gritavam ‘Não é o meu rei!’ e ‘Que desperdício de dinheiro!’

  • Por Jovem Pan
  • 07/11/2023 13h23
Leon Neal / POOL / AFP rei charles III e camila (1) Rei Carlos III da Grã-Bretanha, usando a Coroa Imperial do Estado e o Manto do Estado, senta-se ao lado da Rainha Camilla da Grã-Bretanha, usando o Diadema do Estado George IV, no Trono do Soberano na Câmara dos Lordes, durante a Abertura do Parlamento

Rei Charles III realizou nesta terça-feira, 7, pela primeira vez como monarca, o ‘Discurso do Rei’ no Parlamente britânico. Depois de chegar de carruagem ao Palácio de Westminster, o soberano, que completa 75 anos no dia 14 de novembro, foi recebido por dezenas de manifestantes que gritavam “Não é o meu rei!” e “Que desperdício de dinheiro!”, algo inimaginável durante o reinado de sua mãe. Essa foi a primeira vez em 70 anos que o ‘Discurso do Rei’ foi feito por um monarca masculino. Com a coroa imperial na cabeça e sentado no trono dourado da Câmara dos Lordes, ao lado da rainha Camilla, o rei pronunciou o discurso de 10 minutos. Essa naõ foi a primeira vez que Charles III realizou o discurso. Em 2022, ele fez proferiu na função de herdeiro em maio de 2022, quando o proferiu em nome da sua mãe, cuja saúde era delicada. Para perpetuar o legado da sua “querida mãe” Elizabeth II, Charles cumpriu o ritual da vida política britânica, que marca o início da última sessão parlamentar antes das próximas eleições, que devem acontecer até janeiro de 2025.

Durante o Discurso do Rei, o governo conservador de Rishi Sunak tentou apresentar uma visão de “longo prazo”, com a intenção de ganhar votos para as eleições legislativas. Após a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia, que contribuíram para a grave crise e para o aumento do custo de vida no Reino Unido, “a prioridade do meu governo é tomar decisões difíceis, mas necessárias, a longo prazo, para mudar o país”, afirmou o monarca, no discurso preparado pelo primeiro-ministro, Rishi Sunak. Foi, portanto, também o primeiro ‘Discurso do Rei’ de Sunak desde que sucedeu Liz Truss, que por sua vez substituiu Boris Johnson como primeira-ministra apenas dois dias antes da morte da rainha, e cujo governo durou dois meses. “Ciente do legado de serviço e devoção a este país deixado pela minha querida mãe, a falecida Rainha, pronuncio este, o primeiro ‘Discurso do Rei’ em mais de 70 anos”, disse Charles ao iniciar o discurso.

rei charles III e camila

Carlos III da Grã-Bretanha e a Rainha Camilla viajam por Whitehall em carruagem real após a Abertura do Parlamento em Londres│EFE/EPA/ANDY RAIN

No pronunciamento, Sunak fez da lei e da ordem um campo de batalha eleitoral crucial ao propor diretrizes mais duras para sentenças judiciais e o fim da libertação antecipada para quem cometeu crimes sexuais. Ele também destacou as diferenças que mantém com o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, sobre meio ambiente e energia. O discurso propôs uma lei que concederia anualmente novas licenças para projetos de petróleo e gás no Mar do Norte, o que, segundo Sunak, reduziria a dependência do Reino Unido da energia estrangeira e criaria empregos. Charles, que dedicou a sua vida às causas ambientais, pronunciou estas medidas sem qualquer expressão no rosto, seguindo a convenção de que o monarca está acima da política.

O discurso, cujo conteúdo político costuma ser vago e geral, constitui uma das últimas chances para Rishi Sunak mudar a tendência das pesquisas, hoje favoráveis aos trabalhistas. Na boca do rei, o ex-ministro da Economia, de 43 anos, repetiu o desejo de combater a inflação e de baixar o preço das contas para os cidadãos britânicos, além de formar mais médicos e enfermeiros e proibir de forma progressiva a venda de cigarros no Reino Unido. Rishi Sunak também mostrou no discurso que quer criar “novos marcos jurídicos” para apoiar o desenvolvimento de veículos autônomos e incentivar a inovação em setores como a Inteligência Artificial (IA).

*Com informações da AFP

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