China: Número de casos da covid-19 pode ser 4 vezes maior do que o divulgado oficialmente

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2020 07h59
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Alex Plavevski/EFE Os resultados do estudo surgem depois de Pequim ter sido acusada por vários países de não ser transparente em relação aos números e à origem da pandemia

Um estudo realizado em Hong Kong concluiu que mais de 232 mil pessoas podem ter sido infectadas na primeira fase de contágio pelo novo coronavírus na China. O número é quatro vezes maior do que o divulgado pelas autoridades.

Segundo a pesquisa da Universidade de Saúde Pública de Hong Kong, até 20 de fevereiro, quando as autoridades chinesas revelavam ter registrado 55 mil casos de covid-19 no país, o número pode ter sido muito superior, já que os responsáveis não tinham determinado quem era considerado um doente com coronavírus.

À medida que o conhecimento científico sobre o vírus e a capacidade laboratorial aumentavam na China, a definição de “caso confirmado” foi passando a incluir também, por exemplo, pessoas com sintomas ligeiros ou doentes sem ligação epidemiológica a Wuhan, cidade onde começou o surto.

Entre 15 de janeiro e 3 de março, a Comissão Nacional de Saúde da China lançou sete versões da definição de “caso de covid-19”. Até a quarta definição, cada alteração levava a um aumento da quantidade de casos contabilizados.

“Se a quinta versão da definição de caso [de covid-19] tivesse sido aplicada desde o início do surto e fosse acompanhada de capacidade de testagem suficiente, estimamos que até 20 de fevereiro tivessem sido registrados 232 mil casos confirmados na China, em vez dos 55.508 que foram divulgados”, considera o estudo.

Acusações

Os resultados do estudo surgem depois de Pequim ter sido acusada por vários países de não ser transparente em relação aos números e à origem da pandemia. Na quarta-feira (22), o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, defendeu que o Partido Comunista chinês falhou em anunciar o surto em cima da hora. Já o estado norte-americano, Missouri processará China por pandemia ‘desnecessária e evitável’.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou recentemente que “obviamente ocorreram coisas que não conhecemos”, enquanto no Reino Unido o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, defendeu como “absolutamente necessário” levar a cabo “uma revisão profunda de tudo o que aconteceu, incluindo a origem do surto”.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, também defendeu algumas vezes que o vírus escapou de um laboratório chinês em Wuhan. Pequim negou várias vezes essas acusações e o embaixador da China nos Estados Unidos pediu que as bases da relação entre os dois países sejam “seriamente repensadas”.

*Com informações da Agência Brasil

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