China anuncia desenvolvimento de vacina para combate de coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2020 12h12
EFE/EPA/DAVID CHANG Ao todo, 324 contaminados estão em estado grave

As autoridades da China anunciaram, neste domingo (26), que começaram a desenvolver uma vacina para combater e derrotar o novo coronavírus, que provoca a “pneumonia de Wuhan” e que já causou a morte de 56 pessoas, entre os 2.047 infectados no país.

O pesquisador do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, Xu Wenbo, afirmou, em entrevista coletiva, que os integrantes do órgão trabalham em um antídoto, “depois de conseguir isolar com sucesso a primeira cepa do vírus”.

De acordo com o especialista, os cientistas do Centro usaram sequência genética de rápido rendimento para identificar os agentes patogênicos, depois de receber as primeiras quatro amostras, no último dia 2, procedentes de Wuhan, onde está o epicentro do surto.

Evacuação de estrangeiros

Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul anunciaram que evacuarão os cidadãos que estavam isolados na cidade chinesa, por meio de avião, enquanto a França – primeiro país europeu a registrar casos de coronavírus -, estuda a possibilidade de realizar a operação por meio de ônibus.

Wuhan, no entanto, está com o tráfego de veículos suspenso, e diversas cidades da província de Hebei, da qual a cidade faz parte, estão adotando a paralisação do transporte público e admitem a possibilidade de fechar os acessos, para impedir a propagação do coronavírus, o que pode dificultar a saída de estrangeiros.

Ao mesmo tempo, a Comissão Nacional de Saúde da China ainda tenta identificar todas as pessoas que saíram de Wuhan nos últimos 15 dias, para avaliar a possibilidade de infecção e contaminação.

“Esses residentes serão localizados, registrados e colocados em observação”, admitem as autoridades locais.

Novas medidas

Em alerta máximo em todas as províncias, a China segue tomando medidas para tentar impedir o crescimento da doença. Hoje, por exemplo, foi anunciada a proibição da venda de animais selvagens vivos nos mercados, supermercados, restaurantes ou plataformas de comércio eletrônico em todo o país.

O surto, de acordo com as primeiras investigações, surgiu, justamente, a partir de um mercado comum no país, em que animais com vida são vendidos para o público.

Na capital, onde mais de 50 pessoas foram diagnosticadas como infectadas pelo coronavírus, todas as estações de metrô, de trem e de ônibus serão esterilizadas três vezes por dia, assim como os veículos e vagões.

Para evitar mais contágios, foram suspensos os serviços de transporte interprovinciais, em Pequim, Tiajin, Xian e Shandong. Xangai, que registrou a primeira morte pelo vírus, paralisou a linha de trem que vai até Jiangsu.

A Disneylândia, que fica em Xangai, anunciou que fechou as portas temporariamente, medida que também tomou a unidade de Hong Kong.

Férias em isolamento

Muitos chineses estão sem saber como serão os últimos dias do feriado pelo Ano Novo lunar, que termina oficialmente na próxima quinta-feira. Para as autoridades de saúde, é considerada boa notícia que muitas famílias estejam reunidas nesse momento.

“A China está em um momento chave para prevenir e controlar o surto. A semana do Ano Novo é o melhor momento para que se faça isolamento e desinfecção em massa”, garantiu Ma Xiaowei, diretor da Comissão Nacional de Saúde.

Até o momento, os números publicados pelo órgão apontam que 52 dos 56 mortos estiveram na província de Hubei. Ao todo, 324 contaminados estão em estado grave, sob cuidados intensivos, enquanto 49 pessoas responderam bem ao tratamento e são consideradas curadas.

*Com Agência EFE

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