População da China diminui pelo segundo ano consecutivo
País encerrou 2023 com 1,410 bilhão de pessoas, o que representa uma queda na comparação com os 1,412 bilhão de habitantes de 2022
A China registrou pelo segundo ano consecutivo um declínio populacional, apontam dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) do país divulgado nesta quarta-feira, 17. Em 2023, a nação asiática encerrou o ano com 1,410 bilhão de pessoas, o que representa uma queda em relação aos 1,412 bilhão de 2022 – a primeira queda desde os anos 60 -, e demonstra uma aceleração da crise demográfica neste país após mais de seis décadas de forte crescimento. “No final de 2023, a população nacional era de 1,409 bilhão (…), uma redução de 2,08 milhões em relação ao final de 2022”, afirmou o Instituto Nacional de Estatística. Além disso, o número de recém-nascidos também caiu, chegando a 9,02 milhões em 2023, contra 9,56 milhões no ano anterior. Essa queda é resultado da política do filho único, abolida em 2016, e que levou a uma diminuição significativa na taxa de natalidade. Medida que também contribuiu para que o país perdesse o posto de mais populoso para a Índia.
Os dados mais recentes indicam que a taxa de fertilidade na China está próxima de 1,0, um nível considerado “ultrabaixo” pelos demógrafos. A situação demográfica é agravada pelas adversidades econômicas enfrentadas pelo país. Em todo o ano passado, o país registrou 11,10 milhões de mortes, em comparação com 10,41 milhões em 2022. O cálculo realizado pelo NBS para chegar aos resultado diz respeito apenas aos indivíduos de nacionalidade chinesa que moram no território continental, excluindo os estrangeiros e habitantes dos territórios semiautônomos de Hong Kong e Macau. A China pôs fim à sua rígida política do filho único em 2016, imposta na década de 1980 por medo da superpopulação, e desde 2021 permite que os casais tenham até três filhos. Mas isso não conseguiu reverter o declínio demográfico de um país que há muito tempo faz da sua extensa mão de obra um motor de dinamismo econômico. Se na década de 1960 o número médio de filhos por mulher era superior a 7, em 2022 caiu para preocupantes 1,05, disse à AFP o demógrafo independente He Yafu, que afirma se basear em dados oficiais.
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