Ciclone Beryl segue para o Texas após atingir região turística do México

Fenômeno é o primeiro furacão da temporada no Atlântico, que vai de junho a novembro, e impressionou os especialistas pela intensidade que alcançou

  • Por Jovem Pan
  • 06/07/2024 10h51 - Atualizado em 06/07/2024 11h27
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HUGO BORGES / AFP Ventos fortes chicoteiam palmeiras em uma praia vazia durante a passagem da tempestade tropical Beryl em Progreso, na Península de Yucatán, México, em 5 de julho de 2024. Beryl enfraqueceu para uma tempestade tropical na sexta-feira depois de atingir o México como um furacão de categoria 2, com feroz ventos causando danos materiais, mas sem feridos ao longo da Península de Yucatán, rica em turistas. Os serviços meteorológicos dos Estados Unidos o classificaram como furacão de categoria 5

Horas depois, as autoridades confirmaram que não há feridos nem mortos, assim como não houve danos em estradas e nem no sistema de abastecimento de água. O fornecimento de energia elétrica estava restabelecido em 70% e sua plena recuperação deve ocorrer até domingo, informou a chefe nacional da Defesa Civil, Laura Velázquez. Os aeroportos de Cancún, Tulum e Cozumel, por onde milhões de turistas chegam anualmente para aproveitar as praias dessa região caribenha, não tiveram sua infraestrutura afetada, detalhou Velázquez. A governadora de Quintana Roo, Mara Lezama, confirmou  que a operação do terminal aéreo de Cancún foi normalizada a partir das 14h de Brasília, bem como o restante das atividades no estado. Antes disso, 348 voos programados entre quinta-feira e sábado foram cancelados preventivamente nesse aeroporto, o maior do Caribe mexicano. Lezama comentou que, segundo especialistas do Serviço Meteorológico Nacional (SMN), a razão do impacto limitado do ciclone Beryl é que seu núcleo chegou à costa “desintegrado”, o que reduziu a agressividade dos ventos.

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Voltando à normalidade

No centro de Tulum, muito perto da zona de impacto, o Exército mexicano instalou uma cozinha comunitária para as pessoas que não podiam retornar às suas casas devido a inundações e bloqueios de vias. Álvaro Rueda, um trabalhador da construção de 51 anos, comentou que, apesar da força do vento, sua casa, feita de materiais precários, não sofreu danos e que a atividade em seu bairro começava a normalizar. “A maioria das lojas já está aberta”, acrescentou. Bombeiros e funcionários da Defesa Civil trabalhavam na desobstrução de ruas e avenidas que foram bloqueadas por árvores caídas ou cortando aquelas com risco de queda. Cerca de 2.200 pessoas se instalaram em 58 abrigos temporários preparados para a chegada do Beryl, detalhou Velázquez.Mais de 25.600 agentes de segurança e funcionários da empresa elétrica estatal CFE atuavam na região do desastre para ajudar a população e realizar reparos, acrescentou a funcionária.

 Rumo aos Estados Unidos

O ciclone não deve atingir novamente o território mexicano, pois sua trajetória se desviou para nordeste. O prognóstico indica que ele deve tocar o solo novamente como furacão no litoral de Texas, nos Estados Unidos. Beryl é o primeiro furacão da temporada no Atlântico, que vai de junho a novembro, e impressionou os especialistas pela intensidade que alcançou. Em sua passagem pelo Caribe, deixou pelo menos sete mortos: três em Granada, onde o fenômeno tocou terra na segunda-feira; um em São Vicente e Granadinas e três na Venezuela, segundo autoridades locais.

Os serviços meteorológicos dos Estados Unidos o classificaram como furacão de categoria 5 em parte de sua trajetória, o que o torna o mais precoce com essa potência nos registros. Os cientistas acreditam que a mudança climática, que aumenta a temperatura da água, favorece essas tempestades e aumenta as chances de uma rápida intensificação.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) alertou em maio que a temporada de furacões se desenha como extraordinária, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais.

*Com informações da AFP

publicado por Tamyres Sbrile

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