Companhia aérea Virgin Atlantic entra com pedido de falência nos EUA

Em maio, empresa disse que cortaria mais de 3 mil empregos e fecharia sua base no aeroporto de Gatwick, em Londres

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2020 20h34
Bruno Rocha/Estadão Conteúdo Virgin Atlantic opera exclusivamente rotas internacionais longas e suspendeu todas as viagens de passageiros em abril

A Virgin Atlantic entrou com um pedido de falência no Capítulo 15, em Nova York, nesta terça-feira, 4. Esta é a segunda companhia aérea do Grupo Virgin que pede este tipo de proteção. A outra foi a Virgin Australia, que entrou com um pedido de administração voluntária — uma forma de falência — em abril. Com sede em Londres, 49% da Virgin Atlantic pertence à Delta Air Lines. A empresa opera exclusivamente rotas internacionais longas e suspendeu todas as viagens de passageiros em abril, quando a pandemia da Covid-19 provocou uma queda brusca nas demandas. Em julho, a companhia voltou a operar.

O Capítulo 15 é uma forma de falência projetada para casos envolvendo vários países, fornecendo um mecanismo para empresas estrangeiras em processo de falência em seu próprio país para acessar o sistema judicial dos Estados Unidos. Ou seja, protege efetivamente os ativos da Virgin nos EUA dos credores, enquanto um tribunal do Reino Unido supervisiona as reivindicações.

A Virgin Atlantic anunciou um pacote de resgate privado de 1,2 bilhão de libras (US $ 1,57 bilhão) em julho, mas não havia finalizado o acordo. A companhia aérea também pediu, sem sucesso, um resgate do governo britânico. Richard Branson, fundador do Virgin Group, ofereceu sua ilha particular como garantia para um resgate ou empréstimo. Nesta terça-feira, em uma audiência em Londres, um juiz deu o aval para uma reunião permitindo que os credores votassem no plano de reestruturação.

Em maio, a Virgin Atlantic disse que cortaria mais de 3 mil empregos e fecharia sua base no aeroporto de Gatwick, em Londres, consolidando as operações em no aeroporto de Heathrow para reduzir custos. A companhia aérea também retirou sua icônica frota Boeing 747-400 para economizar os custos. O CEO da Delta, Ed Bastian, disse que a empresa não ofereceria uma injeção de dinheiro para salvar a Virgin da falência, já que as leis de propriedade estrangeira do Reino Unido impediriam a Delta ou qualquer outro investidor estrangeiro de aumentar sua participação.

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