Conflito no Sudão já levou mais de 700 mil pessoas a se deslocarem em apenas 24 dias

Combates entre os dois generais que disputam o poder começou em 15 de abril; já foi registrado 750 mortos e pelo menos 5.000 feridos

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2023 13h51
AFP deslocados internos sudão Ônibus aguardam passageiros no sul de Cartum em 8 de maio de 2023, enquanto os combates continuam entre o exército do Sudão e as forças paramilitares

Em menos de um mês, Sudão já registrou mais de 700 mil deslocados internos desde o início do conflito em meados de abril, o dobro do número registrado até semana passada, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM). “Atualmente há mais de 700 mil deslocados internos pelos combates que começaram em 15 de abril. É mais do que o dobro do número registrado na terça-feira da semana passada, que era de 340 mil pessoas”, declarou Paul Dillon, porta-voz da OIM, a agência da ONU para as migrações. Antes dos combates, 3,7 milhões de pessoas já estavam registradas como deslocados internos no Sudão, recordou Dillon. “Muitos deslocados internos buscam refúgio nas casas de parentes, enquanto outros se reúnem em escolas, mesquitas e prédios públicos”, explicou o porta-voz da OIM. Quase 150 mil pessoas fugiram para países vizinhos desde o início dos confrontos, de acordo com os números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O Sudão enfrenta um cenário de caos desde 15 de abril, quando explodiram os confrontos entre o exército oficial, comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR), do general rival Mohamed Hamdan Daglo. As facções militares que deram um golpe de Estado em 2021 estão agora disputando o poder e estão envolvidas em confrontos armados em várias partes do Sudão, principalmente na capital, Cartum, e na região de Darfur, no sudoeste do país, que faz fronteira com Chade, República Centro-Africana e Sudão do Sul. As negociações na Arábia Saudita para tentar obter um cessar-fogo estão paralisadas. “Não há nenhum avanço importante”, declarou na segunda-feira uma fonte diplomática saudita que pediu anonimato. Os combates provocaram quase 750 mortos e deixaram pelo menos 5.000 feridos, de acordo com a ONG Acled. O conflito provocou diversos alertas das agências da ONU sobre uma crise humanitária “catastrófica”.

 

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