Conheça Edmundo González, principal rival de Maduro que se tornou candidato à presidência de forma inesperada
Opositor é formado em estudos internacionais e, segundo pesquisas, aparece como vencedor por uma ampla margem
Para quem tinha uma vida calma, Edmundo González Urrutia viu sua vida mudar quando se tornou candidato à presidência da Venezuela, em uma eleição em que enfrenta o presidente Nicolás Maduro. “Nunca, nunca, nunca pensei em estar nesta posição”, admitiu o discreto diplomata de carreira, de 74 anos. “Esta é a minha contribuição para a causa democrática… faço isso com desprendimento, como uma contribuição para a unidade”. Sua nomeação foi inicialmente temporária, o que é conhecido na Venezuela como “candidato tampão” da coalizão Plataforma Unitária, que elegeu Machado nas primárias, a quem Urrutia devolveria o lugar. “Estava em minha casa, em um sábado à tarde, quando me telefonaram” para “assinar uma carta ao CNE”, o Conselho Nacional Eleitoral, recordou. “Quando ouvi meu nome, eu disse: ‘Mas aqui tem algo diferente”. “O que eles não sabiam é que aquele ‘tampão’ ia virar uma garrafa, e aqui estamos hoje nestas condições”, disse ele com um sorriso. Quando sua nomeação saiu, ele era desconhecido pela maioria, mas agora tudo mudou.
Nascido em La Victoria, uma pequena cidade a cerca de 110 quilômetros de Caracas onde ocorreu uma das batalhas mais heroicas da guerra de independência em 1812, González Urrutia viveu e estudou lá até se mudar para a capital para iniciar a universidade. Formou-se em Estudos Internacionais pela prestigiada Universidade Central da Venezuela (UCV) e depois ingressou na Chancelaria. No escritório de sua casa, destaca-se um cartaz com a frase em latim: “Verba volant, scripta manent”. “Trabalhei com um embaixador que me dizia: ‘Você tem que ter mais uma conquista na vida. Tudo que você faz, tudo que está escrito, fica e as palavras voam'”, explicou sobre o significado dessa frase. Falar diante de multidões não é fácil para ele. Ele geralmente lê seus discursos de maneira monótona e muito raramente improvisa. Prefere que as câmeras e microfones estejam apontados para Machado, que transborda carisma e é a alma da campanha que lhe transfere seu capital político. As pesquisas o apontam como vencedor por uma ampla margem. Como diplomata, morou na Bélgica e nos Estados Unidos. Foi embaixador na Argélia (1994-99) e na Argentina (1999-2002). Embora tenha vivido muitos anos fora da Venezuela, ele sempre insiste que conhece bem o país.
*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Américo
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