Convenção democrata recebe Tim Walz, candidato a vice de Kamala Harris
Desconhecido fora do Estado de Minnesota, governador tem um currículo atípico, com anos no exército, além de ser professor de geografia e técnico de futebol americano
Tim Walz, governador de Minnesota escolhido por Kamala Harris como seu candidato a vice-presidente, comparece à Convenção Nacional Democrata, em Chicago, nesta quarta-feira (21) para aceitar a nomeação que o coloca na disputa acirrada pela Casa Branca. Walz, 60 anos, passou por dias intensos nas últimas semanas. Ele virou uma força importante e carismática na campanha de Kamala Harris, que enfrentará o republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 5 de novembro. Desconhecido fora do estado de Minnesota, Walz tem um currículo atípico, com décadas de experiência militar, mas também como professor de Geografia e treinador de futebol americano.
Walz “é o tio com quem você quer passar o tempo. Cada vez que visita sua casa, te dá muita esperança”, comparou Jaime Harrison, presidente do Partido Democrata, nesta quarta-feira em uma entrevista à CNN.O “treinador” Walz “dará um grande, grande discurso, e mostrará às pessoas por que é tão querido em Minnesota”, completou. “Há muita empolgação com Walz”, disse Tom Hiserodt, um delegado de 56 anos do Arizona. “Nós fomos apresentados a Walz. Muitos de nós, no Arizona, não sabíamos quem ele era e agora estamos muito empolgados com ele”, acrescentou.
Walz leva uma perspectiva rural, da região do meio-oeste dos Estados Unidos, para a Convenção Nacional Democrata. No discurso desta quarta-feira, ele deve falar sobre suas origens em Nebraska, onde trabalhou na propriedade rural de sua família, em uma tentativa de estabelecer um vínculo com o coração dos Estados Unidos, uma faixa da população em que Trump tem um apoio considerável.
Visita e redes
Walz surpreendeu na terça-feira ao visitar algumas reuniões que acontecem durante a Convenção Nacional Democrata, antes de viajar com Kamala para um evento de campanha em Milwaukee. A dupla compareceu a um comício no mesmo ginásio que recebeu Convenção Nacional Republicana no mês passado. Na arena esportiva, Harris e Walz agradeceram aos quase 5 mil delegados democratas que oficializaram na terça-feira suas candidaturas à Casa Branca.
Assim como Kamala Harris, Tim Walz ganhou projeção na campanha, em particular nas redes sociais, onde a dupla tenta mobilizar os jovens. No TikTok, ou “TimTok” como ele chamou a plataforma em sua primeira aparição ao lado de seu cão Scout, ele acumula milhões de curtidas.
Lake Liao, estudante de 19 anos da Universidade de Princeton, elogiou o currículo de Walz. “Apoiamos Walz nas redes como uma opção para a vice-presidência porque sabemos que os jovens são um grupo demográfico crucial”, disse.
“Tim Walz é o vice-presidente perfeito para isso: promulgou uma lei de energia 100% limpa até 2040 em Minnesota, legalizou a maconha, protegeu o aborto, eliminou o custo da merenda escolar”, elogiou Liao.
Bill Clinton
A convenção também receberá nesta quarta-feira o ex-presidente Bill Clinton, que se une ao seleto clube de oradores em Chicago para reforçar a candidatura de Harris, que entrou na corrida eleitoral em desvantagem e de maneira tardia. Clinton, que se tornou uma das figuras mais importantes do Partido Democrata, mas manteve um perfil discreto nos últimos anos, foi um dos primeiros a expressar apoio a Kamala Harris quando Biden, ao desistir da candidatura, sugeriu sua vice-presidente como sucessora.
O ex-presidente de 78 anos tem a difícil missão de conquistar uma plateia que chorou na segunda-feira com a despedida de Joe Biden, após meio século de carreira política, e renovou as esperanças na terça-feira com os discursos empolgantes de Michelle e Barack Obama. “Estamos prontos para a presidente Kamala Harris. E Kamala Harris está preparada para o trabalho”, disse o ex-presidente Obama, muito aplaudido. “Sim, ela pode!”, afirmou, uma frase repetida pela multidão, que adapta o seu slogan na campanha vitoriosa de 2008. Alguns minutos antes, Michelle declarou: “A esperança voltou”.
*Com informações da AFP
Publicado por Fernando Keller
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