Coreia do Norte acusa Estados Unidos de executar uma diplomacia ‘hostil’

O governo de Kim Jong-Un disse que Joe Biden cometeu um ‘grande erro’ ao chamar o seu arsenal nuclear de ameaça na semana passada; Coreia do Sul também foi ameaçada

  • Por Jovem Pan
  • 03/05/2021 14h08 - Atualizado em 03/05/2021 15h37
EFE/EPA/KCNA Uma foto divulgada pela Agência Central de Notícias da Coréia do Norte (KCNA) em 28 de abril de 2021 mostra a abertura do 10º Congresso dos Kimilsungistas-Kimjongilistas Liga da Juventude em Pyongyang Donald Trump e Barack Obama não foram bem-sucedidos em suas tentativas de negociar o fechamento das instalações nucleares da Coreia do Norte

A Coreia do Norte afirmou neste domingo, 2, que o presidente dos Estados Unidos cometeu um “grande erro” ao chamar o seu arsenal nuclear de ameaça na semana passada e alertou que o governo norte-americano enfrentaria uma “situação muito grave” caso mantivesse sua postura negativa. A declaração foi feita por um funcionário do Ministério das Relações Exteriores, Kwon Jong-gun, que defendeu que as palavras de Joe Biden “refletem claramente sua intenção de continuar a aplicar uma política hostil à Coreia do Norte”. “Seremos obrigados a pressionar por medidas correspondentes”, completou. Na última quarta-feira, 27, o presidente norte-americano mencionou em seu primeiro discurso ao Congresso Nacional que os programas nucleares da Coreia do Norte e do Irã representavam “sérias ameaças à segurança norte-americana e mundial” e que o seu governo lidaria com essa situação “por meio da diplomacia, bem como de uma forte dissuasão”.

Em 2019, negociações diretas entre o ex-presidente Donald Trump e o líder Kim Jong-Un terminaram sem nenhum acordo sobre o fim das instalações nucleares na Coreia do Norte ou a flexibilização das sanções impostas pelos Estados Unidos. Antes disso, o governo de Barack Obama abordou o tema com uma paciência estratégica que também não surtiu resultados. A ideia de Joe Biden é adotar uma estratégia intermediária entre esses dois polos, segundo a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Ela disse na última sexta-feira, 30, que o governo buscará uma “abordagem calibrada e prática” que explorará a diplomacia e tentará “fazer progressos práticos que aumentem a segurança” dos Estados Unidos. Para Kwon Jong-gun, no entanto, tudo isso não passa de uma “placa falsa para encobrir atos hostis”.

Coreia do Sul

A Coreia do Norte também fez ameaças à Coreia do Sul neste domingo, 2. A irmã do líder Kim Jong-Un, Kim Yo-Jong, criticou o fato do país vizinho não ter impedido um grupo de ativistas de usar balões para enviar panfletos de propaganda através da fronteira das duas nações. Esses lançamentos são utilizados com frequência por desertores da Coreia do Norte para fazer campanhas contra o regime do país e o líder de um desses grupos, Park Sang-hak, admitiu que utilizou dez balões para espalhar meio milhão de folhetos na última sexta-feira, 30. A Coreia do Sul proibiu esse tipo de ação por colocar em risco os seus cidadãos que moram na região fronteiriça ao provocar desnecessariamente o governo de Kim Jong-Un. A sua irmã chamou os desertores de “resíduos humanos”, caracterizou o lançamento como “uma provocação séria” e alertou que a Coreia do Norte buscaria “uma ação correspondente”.

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