Crianças sobreviventes de queda de avião na Colômbia estão muito fracas e ainda não podem comer

Menores sobreviveram durante 40 dias com farinha de mandioca que retiraram dos destroços e com frutas da floresta; eles deverão continuar no hospital por, no mínimo, duas semanas

  • Por Jovem Pan
  • 11/06/2023 14h30 - Atualizado em 11/06/2023 14h35
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Juan BARRETO / AFP crianças na amazonia colombiana Uma das quatro crianças indígenas que foram encontradas vivas após 40 dias perdidas na floresta amazônica colombiana após um acidente de avião é levada a uma ambulância ao pousar na base militar do CATAM em Bogotá, em 10 de junho de 2023

O resgate de quatro crianças que sobreviveram durante 40 dias na Amazônia colombiana após um acidente de avião, ainda tem repercutido. Os menores, que são integrantes do povo Huitoto e tem 13,  9, 4 anos e 1 ano, deverão continuar no hospital por, no mínimo, duas semanas. Eles foram resgatados na sexta-feira, 9, e segundo o ministro da Defesa, Iván Velásquez, as crianças ainda não podem comer, contudo, estão sendo hidratadas. Segundo o tio das crianças, eles sobreviveram com farinha de mandioca que retiraram dos destroços do avião e com frutas da floresta, que foram fundamentais para a extraordinária a sobrevivência em uma área onde abundam cobras, mosquitos e outros animais. As autoridades colombianas divulgaram na sexta-feira um vídeo em que a força aérea resgatando os menores com auxílio de um helicóptero e cabos para puxar os jovens, já que não conseguiram pousar na floresta tropical. Elas foram elevadas a quase 60 metros de altura. “Neste momento comandos de Força Aérea da Colômbia retiram as 4 crianças da selva densa. O helicóptero está a mais de 60 metros de altura. As árvores são muito altas e a visibilidade é quase nula. Eles vão para o heliporto montado no meio da selva para esta operação”, disse os militares.

 

Segundo o general Pedro Sánchez, responsável pelo resgate, as crianças foram encontradas a 5 quilômetros do local do acidente, em uma pequena clareira na floresta. “Os menores já estavam muito fracos e, certamente, a força deles era suficiente apenas para respirar ou alcançar uma pequena fruta para se alimentar ou beber uma gota d’água na selva”, disse Sanchez. Fidêncio Valência, avô das crianças, informou que as crianças estão muito fracas, mas estão em boas mãos no hospital. “Tudo vai ficar bem e continuaremos voltando porque este é um processo longo”, disse o avô. “Já me recuperei da dor da perda da minha filha. Depois desse sofrimento, vou encorajar meus netos a seguir em frente. Preciso deles aqui. Quero abraçar meus quatro netos”, relatou Valência. Para encontrar os menores, foram deslocados 150 soldados com cães para a área, onde a névoa e a folhagem densa limitavam muito a visibilidade. Voluntários de tribos indígenas também se juntaram à busca. As autoridades elogiaram a coragem da mais velha das crianças, uma menina, que disseram ter algum conhecimento de como sobreviver na floresta tropical e conduziu as crianças através da selva. O acidente aconteceu no dia 1º de maio, e desde então eles estavam desaparecidos.

Depois de encontrar as crianças, os militares agora de encaminham para mais uma tarefa de busca e resgate, localizar  Wilson, cão farejador que ajudou nas buscas. Ele havia encontrado várias pertences de Lesly Mucutuy, de 13 anos, Soleiny Mucutuy, 9, Tien Mucutuy, 4, e Cristin Mucutuy, 1. Agora, o animal está perdido na floresta. Neste final de semana, o exército do país anunciou que continua procurando o animal. “A busca não terminou. Nosso princípio: não deixamos ninguém para trás”, afirmou a instituição militar pelo Twitter.

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