Cuba diz ser ‘impossível’ identificar restos ósseos encontrados após incêndio

Foram encontrados 754 fragmentos em 14 grupos de restos ósseos; todo o material foi exposto a temperaturas que chegaram a 2.000º C

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2022 05h42 - Atualizado em 18/08/2022 07h43
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Yamil Lage//AFP Uma bandeira cubana tremula perto de uma área destruída do depósito de combustível que foi envolvido em chamas por cinco dias depois que um raio atingiu um de seus tanques Uma bandeira cubana tremula perto de uma área destruída do depósito de combustível que foi envolvido em chamas por cinco dias depois que um raio atingiu um de seus tanques, em Matanzas, Cuba, em 10 de agosto de 2022.

As autoridades de Cuba concluíram nesta quarta-feira, 17, que é “impossível identificar de forma absoluta” a identidade dos restos ósseos encontrados na área do incêndio industrial ocorrido em um depósito de combustíveis em Matanzas, no oeste da ilha. Em uma coletiva de imprensa, Jorge González Pérez, presidente da Sociedade Cubana de Medicina Legal, destacou que, apesar de não ser possível realizar um teste de DNA devido ao grau de calcinação, pode-se concluir que os fragmentos correspondem às 14 pessoas desaparecidas. González Pérez fez seu pronunciamento pouco depois de ter se reunido com parentes e amigos dos desaparecidos, dos quais o legista não quis revelar seus nomes e idades. Na área do incêndio, considerado o maior desastre industrial da história do país, foram encontrados 754 fragmentos em “14 grupos de restos ósseos”, segundo Pérez. Os restos encontrados foram expostos a temperaturas que chegaram a 2.000 graus Celsius, de acordo com esse especialista. Para encontrá-los, segundo o relato dos acontecimentos, foi necessário penetrar uma camada de combustível sólido que se formou durante o incêndio, que atingiu quatro tanques com capacidade de 50.000 metros cúbicos cada.

Ainda segundo González Pérez, não é possível saber se cada um dos 14 grupos de restos ósseos pertence a cada um dos 14 desaparecidos separadamente. Para chegar a essas conclusões, Cuba consultou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o presidente da Associação Internacional de Ciências Forenses, Ángel Carracedo, e especialistas de diversos países do continente e da Europa, cujos nomes não foram revelados. O especialista também não esclareceu se houve contato com universidades estrangeiras com áreas de pesquisa especializadas nesse tipo de reconhecimento de DNA em fragmentos queimados.

Nesse sentido, o perito forense salientou que no país “temos toda a tecnologia para qualquer tipo de identificação”, mas não para eventos “destas características”. A tragédia tem um saldo provisório de dois mortos e 132 feridos, dos quais 17 permanecem internados. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, decretou nesta quarta dois dias de luto oficial a partir desta quinta-feira, 18, em homenagem às pessoas que morreram no grave incêndio. A bandeira cubana permanecerá hasteada a meio mastro em sinal de luto até a meia-noite da próxima sexta-feira, 19, dia em que serão realizados as cerimônias fúnebres. Nesse dia, também acontecerá uma homenagem no Museu dos Bombeiros de Matanzas.

*Com informações da EFE

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