Defensores da independência de Hong Kong têm mandatos cassados
Em protesto, outros 15 parlamentares que formam o bloco pró-democracia do Conselho Legislativo anunciaram que renunciarão aos seus cargos
Nesta quarta-feira (11), quatro parlamentares foram expulsos do Conselho Legislativo de Hong Kong por serem defensores da independência da ilha em relação ao governo chinês. A cassação dos mandatos aconteceu horas depois do Parlamento da China aprovar uma resolução que autoriza Hong Kong a retirar legisladores sem processo judicial prévio caso eles sejam vistos como pró-independência, coniventes com forças estrangeiras ou ameaças à segurança nacional. Em protesto, os outros 15 parlamentares que compõem o bloco a favor da democracia anunciaram que renunciarão aos seus cargos de forma coletiva na quinta-feira (12), cumprindo uma promessa que tinham feito na semana passada para o caso de algum deles ser destituído.
Os quatro parlamentares que foram retirados do Conselho Legislativo, Kwok Ka-Ki, Alvin Yeung, Dennis Kwok e Kenneth Leung, já tinham tido suas candidaturas invalidadas em julho. Dessa forma, eles não poderiam participar do próximo pleito, que foi adiado em um ano sob a alegação de que a pandemia do coronavírus estava se agravando. A oposição acredita que a chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, usou o surto de Covid-19 como uma desculpa para não realizar as eleições, já que as forças pró-democracia esperavam vencer de forma contundente. A votação é uma das mais importantes para a ilha, já que determina quem será o próximo líder.
Em entrevista coletiva, Kwok Ka-Ki afirmou que a sua expulsão do Conselho Legislativo “é uma clara violação da Lei Básica”, a constituição de Hong Kong, e do seu direito de “participar nos assuntos públicos”. Já a deputada Claudia Mo, também de oposição, comentou: “A partir de agora, qualquer pessoa considerada politicamente incorreta ou antipatriótica pode ser expulsa por qualquer meio”. A renúncia em massa de todos os deputados pró-democracia deixará o Parlamento apenas com membros do setor pró-China, que já tinham maioria, mas agora poderão aprovar leis sem oposição.
*Com informações da EFE
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