Disney é cobrada a explicar participação do governo da China na produção de ‘Mulan’
Legisladores dos EUA escreveram carta ao CEO da gigante de entretenimento pedindo esclarecimentos
Um grupo bipartidário de legisladores dos Estados Unidos enviou uma carta ao CEO da Disney, Bob Chapek, cobrando respostas a respeito de polêmica envolvendo o remake live-action de “Mulan”, que estreou na plataforma de streaming Disney+. A carta exigiu esclarecimentos do envolvimento do governo chinês na produção do longa e o quando a gigante de entretenimento esteve ciente das supostas violações de direitos humanos em regiões onde ele foi filmado. Depois do lançamento de “Mulan”, alguns espectadores apontaram agradecimento nos créditos a várias organizações governamentais em Xinjiang, no nordeste da China. Desde 2018, informações dão conta de que o governo chinês deteve muçulmanos em espécie de campos de concentração e os sujeitaram a tortura e outros abusos.
“A aparente cooperação da Disney com representantes do partido chinês que são responsáveis por cometerem atrocidades – ou por acobertarem esses crimes – é algo extremamente perturbador”, escreveram os legisladores. A carta clamou para que a Disney detalhe uma explicação da associação e cooperação com o governo chinês com o estúdio.
Chairs send bipartisan letter to @Disney inquiring about the filming of #Mulan in #Xinjiang #Uyghur Autonomous Region (XUAR) and #Disney’s relationship with security and propaganda entities responsible for committing, or covering up, atrocities in the #XUAR. pic.twitter.com/ucKTc7o1LV
— China Commission (@CECCgov) September 11, 2020
Esta não é a primeira polêmica que cerca a produção. As redes sociais puxaram um boicote ao filme depois de sua estrela, a protagonista Yifei Liu, compartilhar mensagens de apoio à polícia de Hong Kong, que vem sendo notoriamente acusada de brutalidade contra protestantes pró-democracia no local. “Mulan”estreou nos cinemas chineses na sexta-feira, tendo uma arrecadação de bilheteria aquém do esperado nos dois primeiros dias. Não há como saber se as controvérsias tiveram impacto financeiro, mas a pirataria também pode ser um fator.
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