Dias antes das eleições, Taiwan detecta balões chineses em seu espaço aéreo e acusa país de espionagem
Ilha está em alerta máximo em relação às atividades militares e políticas chinesas antes das votações presidenciais e parlamentares marcadas para dia 13 de janeiro
O governo de Taiwan informou, nesta segunda-feira, 8, que detectou a presença de balões chineses sobrevoando seu espaço aéreo. Essa informação vem dias antes da eleição na ilha que a China considera como parte do seu território e pretende reivindicá-la a qualquer custo, até mesmo com uso da força. O Ministério da Defesa taiwanês acusou os chineses de ameaçar a segurança da aviação e de fazer guerra psicológica contra a população. De acordo com as autoridades taiwanesas, três balões foram detectados no domingo, 7, sobrevoando o estreito de Taiwan, que é a fronteira não oficial entre a ilha e o continente. Posteriormente, pelo menos um deles teria cruzado o espaço aéreo de Taiwan. Suspeita-se que esses balões estejam sendo utilizados para espionagem.
Taiwan está em alerta máximo em relação às atividades militares e políticas chinesas antes das eleições presidenciais e parlamentares que ocorrerão no próximo sábado, 13. A ilha afirma que Pequim está exercendo pressão para interferir nas disputas. Em dezembro, o Ministério da Defesa de Taiwan já havia detectado a presença de balões chineses e alguns desses invadiram o espaço aéreo da ilha próximo às principais bases aéreas. No episódio mais recente, um dos balões teria cruzado a região sul da ilha antes de desaparecer. O Ministério da Defesa chinês não respondeu aos pedidos de comentários feitos pela agência Reuters. Em fevereiro de 2023, a China já tinha sido acusada de utilizar balões para coletar informações de outros países. Na época, os Estados Unidos, o artefato chinês que havia invadido seu espaço aéreo, o que gerou uma crise entre as duas superpotências. Pequim alegou que o balão abatido era utilizado para pesquisas meteorológicas e que havia desviado da rota devido ao vento.
A candidata a vice-presidente do Partido Democrático Progressista (DPP), Hsiao Bi-khim, pediu para que a China pare de assediar Taiwan e afirmou que não aceitam intimidações e ameaças para interferir na vida do povo. Jaw Shaw-kong, candidato a vice-presidente do maior partido de oposição de Taiwan, o Kuomintang (KMT), também pediu para que os chineses parem de enviar aeronaves e navios de guerra para o estreito, visando manter a paz e a tranquilidade durante as eleições. A linha mediana do estreito de Taiwan serve como uma espécie de barreira não oficial entre a ilha e a China, mas caças chineses, drones e balões voam com frequência sobre ela. O Escritório de Assuntos de Taiwan da China reiterou na semana passada que a linha mediana do estreito “não existe” e acusou o Partido Democrático Progressista (DPP) de aumentar a ameaça do continente à medida que a eleição se aproxima, incitando o confronto.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.