Dinamarca tenta acabar com feriado para aumentar gastos com defesa e enfurece população

Cerca de 50 mil manifestantes se concentraram em frente o Parlamento neste domingo, 5, para protestar contra a decisão

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2023 17h26
Emil Helms / Ritzau Scanpix / AFP manifestação na dinamarca Manifestantes se reúnem na Praça Christiansborg em frente ao Parlamento dinamarquês em Copenhague, Dinamarca, durante uma manifestação em 5 de fevereiro de 2023 contra a abolição de um feriado para financiar o orçamento de defesa do país

Dezenas de milhares de dinamarqueses saíram às ruas neste domingo, 5, para manifestarem contra um projeto do governo que prevê abolir um feriado para ajudar a aumentar os gastos com defesa, em meio à guerra na Ucrânia. “É uma proposta totalmente injusta”, disse Lizette Risgaard, líder da central sindical FH, que organizou a manifestação e conta com 1,3 milhão de filiados no país, de quase 6 milhões de habitantes. Segundo a polícia e os organizadores, foram cerca de 50 mil manifestantes que se concentraram em frente o Parlamento. O governo de coalizão da Dinamarca, liderado pela primeira-ministra social-democrata, Mette Frederiksen, quer suprimir um feriado religioso que existe desde o século XVII, a fim de usar o dinheiro gerado para aumentar o orçamento da Defesa para 2% do PIB em 2030, três anos antes do previsto, e para cumprir a meta da Otan. O Executivo, formado por partidos de esquerda e direita, insiste em que a medida é necessária devido ao novo contexto militar decorrente da invasão russa à Ucrânia, mas os sindicatos consideram que a medida viola os acordos salariais negociados com o governo. “Na próxima vez que o Parlamento disser que é necessário mais dinheiro, eles irão eliminar outro feriado ou algum domingo”, alegou a líder sindical Lizette Risgaard. “Não acredito que o dinheiro para a guerra sirva para fazer a paz”, disse Kurt Frederiksen, chefe do ramo de hotéis e restaurantes no sindicato 3F.

 

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