Diretor de estação ferroviária é detido e acusado de homicídio culposo após acidente com trens na Grécia
Colisão deixou ao menos 36 mortos; homem de 59 anos era o responsável pela gestão dos transportes que circulavam na seção em que ocorreu a batida
O diretor da estação ferroviária da cidade de Lárissa, no centro da Grécia, foi detido e acusado de homicídio culposo após acidente fatal que aconteceu na noite de terça-feira, 28, e deixou ao menos 36 mortos. O homem de 59 anos foi detido nesta quara-feira, 1. Segundo a imprensa local, ele é acusado de provocar lesão corporal involuntária, bem como de interferência perigosa na circulação de meios de transporte. Ele era o responsável pela gestão dos trens que circulavam na seção em que ocorreu o acidente pouco antes da meia-noite de ontem, e no seu depoimento indicou que deu ordem para que o trem mudasse de linha, mas o sistema não obedeceu. Como parte da investigação ordenada pelo Ministério Público, outros dois funcionários também prestaram depoimento, enquanto o chefe da empresa Hellenic Train – operadora dos trens – foi interrogado hoje pela polícia. “Me comprometo em esclarecer as causas desta tragédia. Faremos todo o possível para que algo assim não aconteça novamente”, disse o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, no local. De acordo com a televisão privada “SKAI”, as autoridades esperam ter mais informações sobre as causas que levaram ao acidente quando tiverem acesso a conversas gravadas nos minutos críticos antes do momento da colisão.
O acidente aconteceu com um trem de passageiros, que viajava entre Atenas e Tessalônica, e um comboio de carga. Dezenas de pessoas ficaram feridas e 66 delas foram hospitalizadas, sendo que seis estão na UTI. O trem de passageiros transportava 342 pessoas e os dois comboios viajaram por “vários quilômetros” na mesma via por um motivo ainda desconhecido, disse o porta-voz do governo, Yiannis Oikonomou. O presidente do sindicato de maquinistas de trens OSE, Kostas Genidounias, visitou o local do acidente e destacou a falta de segurança na linha que liga as duas principais cidades gregas. “Toda (a sinalização) é feita manualmente. Desde o ano 2000 os sistemas não funcionam”, reclamou à rede Ert. O governo organizou uma reunião de crise após o evento e o primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, foi ao local do acidente. Foi decretado luto nacional de três dias. “Posso garantir que vamos encontrar a causa desta tragédia”, disse ele.
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