Em confronto decisivo, Biden e Trump discordam sobre pandemia

Enquanto o republicano afirmava que a pandemia acabará e se posicionava contra o lockdown, o democrata defendia que o surto não estava controlado ainda e seria necessário adotar diretrizes

  • Por Bárbara Ligero
  • 22/10/2020 22h32
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Chip Somodevilla/Pool via REUTERS

Nesta quinta-feira (22), Donald Trump e Joe Biden se encontraram para o último debate presidencial dos Estados Unidos. O primeiro tema abordado pela jornalista e mediadora Kristen Welker, da emissora de televisão NBC News, foi o novo coronavírus. O assunto é confortável para o candidato democrata: uma pesquisa realizada pelo jornal The New York Times em conjunto com a faculdade Siena College indicou que os eleitores confiam mais em Biden do que em Trump para lidar com a pandemia.

O republicano, por outro lado, já havia demonstrado desconforto com o assunto no passado. Na terça-feira (20), ele abandonou uma entrevista bastante focada nesse tema antes do fim. Na ocasião, ele alegou que as perguntas feitas pela jornalista Lesley Stahl tinham sido enviesadas. Horas antes do debate, ele chegou a dizer em suas redes sociais que Kristen Welker, a mediadora do último debate, seria “muito pior”. Nesta quinta-feira (22), porém, Trump repetiu as afirmações já vinha fazendo ao longo de sua campanha.

Ele reiterou que o seu governo fez e está fazendo um bom trabalhando combatendo o surto da Covid-19, que a taxa de mortalidade pela doença caiu e que a maior parte dos surtos locais estão acabando. Ele reforçou em duas ocasiões que vê que a pandemia do novo coronavírus terá um fim, mencionando ainda que as autoridades dos Estados Unidos estão prontas para distribuir a vacina contra a Covid-19 assim que ela estiver pronta. O presidente também se posicionou contra o lockdown, dizendo que “a cura não pode ser pior do que a doença” e ressaltou os danos que os fechamentos causaram na economia. Trump afirmou, ainda, que a culpa da situação que o país está vivendo não é sua culpa, e sim da China.

O discurso de Joe Biden foi quase oposto. Ao afirmar que a pandemia do novo coronavírus ainda não está sob controle, ele mencionou que a cada dia há 100 mortes e 70 mil novos casos da Covid-19 por dia no país. O democrata responsabilizou o presidente dos Estados Unidos por esses óbitos e acusou-o de não ter nenhum plano abrangente para combater a pandemia. Ele esclareceu que, caso seja eleito, sua intenção é conciliar a reabertura econômica com diretrizes nacionais para impedir a disseminação da doença. Além disso, pretende ser transparente em relação à vacina contra o novo coronavírus para incentivar as pessoas a participarem da campanha de imunização.

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