Em plebiscito histórico, chilenos decidem neste domingo mudança da Constituição

A votação, considerada a mais importante desde o retorno à democracia, acontece em mais de 2,7 mil centros habilitados no país

  • Por Jovem Pan
  • 25/10/2020 10h36
EFE/Rocío Otoya Cerca de 14,8 milhões de chinelos decidirão se querem ou não substituição a Carta Magna, herdada da ditadura de Augusto Pinochet

Em um plebiscito constitucional considerado histórico, 14,8 milhões de chinelos decidirão nas urnas neste domingo, 25, se querem ou não substituição a Carta Magna, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e qual órgão deve redigir o novo texto. A votação, considerada a mais importante desde o retorno à democracia, acontece em mais de 2,7 mil centros habilitados no país. “Hoje podemos ser os protagonistas de uma página que ficará escrita na história de nosso país”, disse Patricio Santamaría, presidente do Serviço Eleitoral do Chile, antes da abertura das urnas.

Inicialmente, o plebiscito deveria ter acontecido em abril. No entanto, por causa da pandemia da Covid-19 a decisão foi adiada. A votação foi acordada pelas forças políticas como uma saída para a grave crise social que eclodiu em outubro de 2019 contra a desigualdade e deixou cerca de 30 mortos e milhares de ferido. Para os apoiadores da mudança, a Constituição atual é a causa das grandes desigualdades do país. Enquanto isso, os defensores da atual Carta Magna afirmam que os problemas chilenos serão resolvidos com novas leis e não com um processo constituinte. No que se diz respeito ao órgão que redigirá o texto, os cidadãos devem optar entre uma convenção constitucional, composta por 155 cidadãos eleitos ou uma convenção mista, composta por 172 cidadãos e parlamentares em partes iguais.

A votação acontece um dia após o Chile ultrapassar a marca de 500 mil infectados pelo coronavírus. O país registra 13.892 mortes pela doença desde o início da pandemia e é o 14º país do mundo com o maior número de casos, segundo a Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos. Mesmo assim, os chilenos defendem a necessidade de participação do plebiscito. “Apesar do coronavírus, temos que votar, é histórico e temos que participar”, disse à Agência Efe, Isabel Borrell, uma das primeiras a votar na capital Santiago. Para incentivar a participação e evitar multidões, as seções eleitorais ficarão abertas 12 horas, duas a mais que o normal, e os idosos terão horários especiais ao meio-dia. O governo optou por manter a quarentena que está em vigor em algumas cidades do norte e do sul do país, mas vai permitir que as pessoas votem sem restrições e sem necessidade de licenças especiais.

*Com Agência EFE

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