Erdogan usa vídeo do atentado da Nova Zelândia em campanha eleitoral

  • Por Jovem Pan
  • 17/03/2019 15h13
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Agência EFE "Se fosse muçulmano, eles diriam 'terrorismo islâmico'", criticou Erdogan

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exibiu neste domingo, 17, durante um comício, partes do vídeo gravado pelo supremacista branco que atacou duas mesquitas na Nova Zelândia, matando 50 pessoas na última sexta-feira, 15. O trecho do vídeo incluía o momento no qual o suspeito entra em uma das mesquitas e abre fogo contra os muçulmanos.

Na ocasião, Erdogan participava de um evento de campanha na cidade de Esmirna. O governante, que teve educação islâmica,  interrompeu seu discurso para projetar em um telão mais de um minuto das imagens do ataque. Seu objetivo era questionar o termo “terrorismo islâmico”, frequentemente utilizado por meios de comunicação em ataques cometidos por muçulmanos.

O autor dos ataques na Nova Zelândia é o australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, ligado à extrema direita e abertamente antimuçulmano e anti-imigração. Antes de cometer o ato, Tarrant deixou um manifesto no qual explicava suas motivações para o crime. No documento, que contém 73 páginas, ele diz ser um “nacionalista branco” e contra a diversidade racial.

Após exibir as imagens, o presidente da Turquia disse que “todos os líderes mundiais, todas as organizações, começando pela ONU, consideraram que é um ataque contra o islã, contra os muçulmanos. Mas ninguém deu nome a isso. Ninguém disse: ‘é um terrorista cristão'”.

“Se fosse muçulmano, eles diriam ‘terrorismo islâmico’. Vejam, isso é muito importante. Pergunto ao Ocidente: por que vocês não dizem?”, questionou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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