Espanha anuncia que retira ‘definitivamente’ a sua embaixadora na Argentina

Este é um caso “único” porque “não há precedentes de um chefe de Estado que tenha viajado à capital de outro país para insultar suas instituições e cometer uma flagrante interferência nos assuntos internos”, diz Albares, ministro das Relações Exteriores da Espanha

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2024 09h17 - Atualizado em 21/05/2024 09h19
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Presidência da Argentina Javier Milei Javier Milei se recusou a pedir desculpas após acusar a esposa do chefe do Executivo espanhol de "corrupta"

A Espanha vai retirar “definitivamente” sua embaixadora na Argentina, depois que o presidente deste país, Javier Milei, se recusou a pedir desculpas após acusar a esposa do chefe do Executivo espanhol de “corrupta”, anunciou o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, nesta terça-feira (21). “Anuncio que retiramos a nossa embaixadora em Buenos Aires”, que já havia sido convocada para consultas no domingo e que “ficará definitivamente em Madri”, portanto a “Argentina continuará sem embaixadora”, disse Albares em coletiva de imprensa após um conselho de ministros. Albares elevou o tom contra a Argentina depois que Milei, após retornar ao seu país de uma visita à Espanha, afirmou em entrevista ao canal TN que não pedirá desculpas, como pediu o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. “Não vou me desculpar em hipótese alguma”, disse Milei. “O agredido fui eu”, disse, lembrando que funcionários do governo espanhol o chamaram de “xenófobo, racista, de extrema direita (…) negacionista da ciência, misógino”. O conflito diplomático eclodiu no domingo, quando Milei se referiu à mulher de Sánchez, Begoña Gómez, como uma “mulher corrupta”, durante uma reunião em Madri de líderes da extrema direita organizada pelo partido espanhol Vox.

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Poucas horas depois, Madri convocou sua embaixadora para pedir uma retificação de Milei, o que Pedro Sánchez reforçou na segunda-feira (20), afirmando que “entre governos os afetos são livres, mas o respeito é irrenunciável”. “Não temos vontade nem interesse em qualquer escalada (…) mas é obrigação do governo defender a dignidade e a soberania das instituições espanholas”, destacou Albares nesta terça-feira (21). Este é um caso “único” porque “não há precedentes de um chefe de Estado que tenha viajado à capital de outro país para insultar suas instituições e cometer uma flagrante interferência nos assuntos internos”, acrescentou.

*Com informações de AFP

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