Coronavírus: Governo espanhol prorroga restrições até 24 de maio
Reabertura do país está planejada em quatro fases, cada uma com a duração de 15 dias
A Espanha vai manter até o dia 24 de maio as restrições de circulação impostas devido à pandemia do novo coronavírus. Nesta quarta-feira (6), o governo conseguiu a autorização do Congresso para prorrogar o isolamento social imposto há quase dois meses.
Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas foram registradas 244 mortes, após três dias sem ultrapassar 200. O país totaliza 25.857 óbitos causados pela doença. No entanto, o número de novos casos confirmados, 685, representou uma queda considerável. O total de diagnósticos positivos desde o início da pandemia é de 220.325.
As regiões de Madri e Catalunha continuam sendo os principais focos. Nesta quarta-feira, as duas registraram metade das mortes notificadas e 40%Governo espanhol prorroga quarentena no país até 24 de maio das novas infecções confirmadas por exames de PCR. Com base nisso, o governo decidiu não relaxar as medidas de isolamento na região, exceto em três zonas sanitárias, que aguardam a decisão de Madri.
Os políticos espanhóis realizaram um intenso debate sobre a gestão da crise sanitária, presidida por Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Reabertura
A reabertura da Espanha está planejada em quatro fases, cada uma com a duração de 15 dias, nas quais serão ampliados os contatos sociais, a mobilidade e a atividade econômica. A primeira teve início nesta segunda-feira, quando os passeios e exercícios foram permitidos com restrições.
Para passar para as próximas fases, as regiões precisam cumprir uma série de parâmetros, tanto em relação ao número de casos como à capacidade dos serviços de saúde para encarar um eventual novo surto da doença.
O porta-voz da Saúde para a pandemia, o epidemiologista Fernando Simon, destacou que a “tendência descendente” da curva do coronavírus no país continua clara, mas advertiu que “é preciso ter cautela” com as regras para sair à rua. “A saúde não vai suportar outra situação semelhante”, alertou.
Governo enfraquecido
Apesar de ter conseguido fazer com que o Congresso autorizasse a prorrogação do estado de atenção, o que mantém as limitações da circulação e da atividade econômica no país, o governo teve menos apoio do que em ocasiões anteriores.
Desde o dia 14 de março, quando a Espanha decretou o estado de alarme, o governo pediu ao Congresso sucessivas prorrogações da quarentena. Desta última vez, Pedro Sánchez apelou para a união e pediu a “despolitização da emergência sanitária”, argumentando que “suspender prematuramente o estado de alarme seria desproteger o povo”.
Pela primeira vez o Partido Popular (PP) não votou “sim”, optando por se abster. Em duro discurso, o líder da oposição, Pablo Casado, classificou o governo atual como “péssimo”.
* Com EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.