EUA põem Cuba em lista de países que não colaboram com combate ao terrorismo
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (13) a inclusão de Cuba na lista de países que não cooperam com a luta contra o terrorismo, medida que proíbe a venda de armas para o governo da ilha, assim como seguirá acontecendo com Venezuela, Irã, Síria e Coreia do Norte.
Essa é a primeira vez que o país caribenho aparece na relação desde 2015, quanto o então presidente americano Barack Obama anunciou a retirada em meio a reaproximação bilateral.
A justificativa oficial é a falta de cooperação de Cuba com os EUA na Lei de Controle de Exportação de Armas, conforme explicou o Departamento de Estado, por meio de comunicado.
A medida proíbe a venda ou a licença para exportação de artigos e serviços de defesa, além de notificar ao público e à comunidade internacional de que os referidos países não estão cooperando com os esforços antiterroristas dos Estados Unidos.
O anúncio chega depois de vários meses de ameaças feitas pela Casa Branca sobre a inclusão na lista de estados patrocinadores do terror, ainda um passo acima do que foi divulgado hoje.
De acordo com o governo americano, a inclusão de Cuba é relacionada com a presença na ilha de membros da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia, que viajaram para as negociações de paz no ano passado e seguiram na ilha, com recusa do pedido de extradição do país de origem.
“Como os EUA mantêm uma aliança de segurança duradoura com a Colômbia e compartilha com eles o importante objetivo antiterrorista de combater organizações como a ELN, a negativa de Cuba a negociar produtivamente com o governo colombiano demonstra que não cooperam com os EUA”, diz a nota.
O texto ainda lembra que o regime cubano “dá refúgio para vários fugitivos da Justiça (americana)”, citando como exemplo Joanne Chesimard, que está na lista dos mais procurados pelo FBI, por assassinar um agente público em Nova Jersey, em 1973.
Cuba reage
O diretor do Ministério de Relações Exteriores de Cuba para os Estados Unidos, Carlos Fernández de Cossío, foi o primeiro a fazer manifestação sobre a inclusão na lista do Departamento de Estado americano.
“Cuba é vítima de terrorismo. Há uma longa história de atos terroristas cometidos pelo governo dos EUA contra Cuba”, escreveu o diplomata no Twitter.
De Cossío se refere a diversas ações, como o sequestro de aeronaves e assassinato de líderes políticos, que foram reivindicados por grupos anticastristas nas últimas seis décadas.
O governo cubano classifica como terrorismo patrocinado pelos Estados Unidos o ataque à Exbaixada do país em Washington, duas semanas atrás. Uma investigação feita nos EUA apontou para a responsabilidade de um homem com transtornos mentais.
This story should not be forgotten. There is a long line of precedents on the involvement of violent groups in the US with terrorist actions agaisnt #Cuba.
U.S. INDICTS 7 IN PLOT TO KILL FIDEL CASTRO https://t.co/rnNPsTGau3— Carlos F. de Cossio (@CarlosFdeCossio) May 13, 2020
*Com informações da Agência EFE
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