EUA dizem que apoio a Israel é inabalável, mas não escondem frustração crescente com Netanyahu
Biden disse ao premiê israelense que apoio de Washington dependerá das ações para proteger os civis em Gaza
Apesar das decisões opostas que vem tomando em relação a Israel e das críticas a alguns dos atos do Exército israelense, os Estados Unidos garantiram nesta quinta-feira (4) que seu apoio a Israel continua inabalável. “Nosso apoio à autodefesa de Israel continua inabalável”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, aos jornalistas. “Eles enfrentam uma variedade de ameaças, e os Estados Unidos não vão abandoná-los”, acrescentou. Contudo, a Casa Branca reconheceu ‘frustrações crescentes’ com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por não atender os pedidos para proteger civis em sua guerra em Gaza. “Sim, há uma frustração crescente”, disse Kirby.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, conversaram nesta quinta por telefone, dias após o ataque ao consulado do Irã na Síria, e a um ataque em Gaza que matou trabalhadores humanitários. Atos que fizeram Washington expressas sua “indignação”. Biden e Netanyahu conversaram pela última vez em 18 de março, em um contexto já complicado devido ao agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza, sitiada e com a população à beira da fome, onde 33.037 palestinos morreram em quase seis meses de guerra, segundo o balanço mais recente divulgado pelo Hamas.
As relações entre os dois aliados ficaram ainda mais tensas desde que Washington permitiu a aprovação no Conselho de Segurança da ONU, no fim de março, de uma resolução que pede um “cessar-fogo imediato”, algo que ainda não teve efeito no território palestino. Na conversa desta quinta, Biden disse a Netanyahu que o apoio contínuo dos Estados Unidos dependerá das ações de Israel para proteger os civis de Gaza, e instou um “cessar-fogo imediato” no território palestino. O norte-americano deixou claro que a “política americana com relação à Gaza será determinada por nossa avaliação da ação imediata de Israel sobre estes passos”, acrescentou.
Esta é a primeira vez que o presidente americano sugere que os Estados Unidos poderiam condicionar sua ajuda a seu principal aliado no Oriente Médio. Os EUA exigiram que Israel permita um “aumento drástico” da ajuda humanitária na Faixa de Gaza, solicitando medidas concretas “nas próximas horas e dias”. “O que esperamos ver aqui na próximas horas e dias é um aumento drástico na chegada de assistência humanitária, a abertura de passagens adicionais e uma redução da violência contra civis e certamente contra voluntários”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
*Com informações da AFP
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.