EUA: maior incêndio da história da Califórnia chega ao 11° dia e continua avançando

  • Por Agência EFE
  • 07/08/2018 21h09
Agência EFE Departamento Florestal e de Proteção Contra Incêndios da Califórnia (Cal Fire) informou que o fogo está 34% controlado

O Mendocino Complex, que na noite desta segunda-feira (6) se tornou o pior incêndio da história da Califórnia, nos Estados Unidos, continuou avançando nesta terça (7) sem que os bombeiros consigam conter as chamas, que já arrasaram mais de 117.600 hectares.

O Departamento Florestal e de Proteção Contra Incêndios da Califórnia (Cal Fire) informou que o fogo está 34% controlado, o que representa uma leve melhora com relação ao último relatório, quando as chamas estavam 30% contidas. No entanto, nas últimas 24 horas, o incêndio continuou se espalhando, arrasou mais 7 mil hectares e superou o recorde de Thomas, que até agora era o maior da história da Califórnia. No ano passado, ele deixou 113.800 hectares devastados nos condados de Ventura e Santa Barbara.

“Quebramos um recorde, mas este é um dos recordes que não queremos”, disse ontem à noite o subdiretor de Cal Fire, Scott McLean, ao jornal “Los Angeles Times”.

O Mendocino Complex tem dois focos (Ranch e River Fire) que ardem desde 27 de julho em torno do Clear Lake, situado 200 quilômetros ao norte de São Francisco. Apesar dos incêndios Ranch e River Fire não terem se juntado, o fato de terem começado com apenas uma hora de diferença, em áreas muito próximas, levaram às autoridades californianas a considerá-los como um único fato com o nome de Mendocino Complex.

Cerca de 3.900 membros dos bombeiros e dos serviços de emergência trabalham para sufocar as chamas que destruíram 143 edifícios, uma quantidade pequena se considerada a magnitude do desastre, que queimou enormes áreas florestais. Ajudado pelas temperaturas altas e o clima seco do verão californiano, o fogo fez com que as autoridades determinassem a saída da população de várias zonas dos condados de Mendocino, Lake e Colusa.

Mendocino Complex não é o único motivo de preocupação para os bombeiros. Atualmente, existem 20 incêndios de importância na Califórnia. O incêndio Carr, por exemplo, que foi declarado nos arredores da cidade de Redding, há duas semanas, matou sete pessoas e arrasou até agora mais de 67.600 hectares. Vários pontos do Parque Nacional de Yosemite, uma das reservas naturais mais conhecidas do país, continuam fechados devido ao incêndio Ferguson, que matou duas pessoas e que, após quase um mês, atingiu mais de 38.100 hectares.

Conforme registros feitos desde 1932, os incêndios na Califórnia são cada vez mais frequentes e violentos: quatro dos cinco mais destrutivos da história do estado aconteceram nos últimos seis anos. A temporada de incêndios na Califórnia também parece ter sofrido variações. Se antes outubro era considerado o mês mais delicado, agora também são registrados incêndios de grandes dimensões fora desse período. Um exemplo disso é o incêndio Thomas, que foi declarado em dezembro de 2017 e que ficou ativo até março deste ano.

“É muito louco e dizem que esta é a nova regra. Em anos anteriores, tínhamos um ou dois grandes incêndios em um ano. Agora, temos três ou quatro enormes em uma semana”, relatou ao “Los Angeles Times” o capitão do Corpo de Bombeiros Omar Estorga.

Vários anos de grave seca, exceto o inverno extremamente úmido de 2017, junto com os efeitos da mudança climática – uma das preocupações políticas da Califórnia -, são os principais argumentos que especialistas e autoridades dão para explicar a agressiva e trágica sequência de incêndios que o estado sofre recentemente.

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