Ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez ficará 4 meses em prisão preventiva

O Ministério Público havia pedido 6 meses devido ao risco de fuga, mas Justiça determinou período menor enquanto a acusada aguarda julgamento por sedição, terrorismo e conspiração

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2021 12h38 - Atualizado em 15/03/2021 15h31
EFE/ Joédson Alves Ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, ficará quatro meses em prisão preventiva enquanto aguarda julgamento Jeanine Áñez teria conspirado em 2019 contra Evo Morales, que acabara de ser reeleito para o terceiro mandato consecutivo

A Justiça da Bolívia determinou nesta segunda-feira, 15, quatro meses de prisão preventiva para Jeanine Áñez, a ex-presidente interina que está sendo acusada de sedição, terrorismo e conspiração pelo suposto golpe de Estado contra o então presidente Evo Morales em 2019. “Me enviaram para quatro meses de detenção para esperar o julgamento por um ‘golpe’ que nunca aconteceu”, afirmou Áñez em perfil oficial no Twitter. “Daqui, peço à Bolívia que tenha fé e esperança. Um dia, com todos, construiremos uma Bolívia melhor”, completou. Na sequência, a acusada foi transferida da Força Especial de Combate ao Crime, onde estava detida desde sábado, 13, para o Centro de Orientação Feminina de Obrajes. Ali, a ex-presidente interina foi instalada em um espaço de isolamento, onde permanecerá durante os primeiros 15 dias para evitar a contaminação do novo coronavírus. Depois, Jeanine Áñez ocupará um dos 13 dormitórios comuns sem privilégios em relação às demais 200 reclusas do presídio. Ela poderá fazer contato com advogados e parentes por telefone, mas não poderá receber visita devido à Covid-19.

Inicialmente, o Ministério Público havia pedido por 6 meses de prisão preventiva justificando o risco de fuga da acusada, mas a juíza Regina Santa Cruz acabou decidindo por um período menor ao ouvir os argumentos da promotoria e dos advogados de defesa em uma audiência que durou várias horas. Jeanine Áñez estava escondida dentro de uma cama box, na casa de um parente, quando foi detida pelas autoridades bolivianas. O ex-ministro da Justiça, Álvaro Coímbra, e o ex-ministro da Energia, Rodrigo Guzmán, já tinham sido presos na sexta-feira, 12, pelas mesmas acusações. O Ministério Público da Bolívia alega os três teriam conspirado para executar um golpe de Estado contra Evo Morales. O ex-presidente acabou renunciando em novembro de 2019 em meio a denúncias de que ele teria fraudado as eleições para continuar governando de maneira ininterrupta até 2025, sendo que ele já estava no poder desde 2006. Evo Morales se exilou no México e na Argentina até voltar para a Bolívia em novembro de 2020, logo após a posse do seu aliado e atual presidente Luis Arce. O Movimento ao Socialismo, ao qual os dois pertencem, argumenta que a recente vitória de Arce demonstra que não houve fraude eleitoral na reeleição de Morales anos atrás.

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