Ex-presidente do Peru faz denúncia contra promotor que investiga caso Odebrecht

  • Por Agência EFE
  • 29/06/2018 20h53
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EFE / SEBASTIÃO MOREIRA Fachada da sede da Odebrecht em São Paulo - EFE Advogado do ex-presidente apontou que Pérez iniciou a investigação de modo indevido, uma vez que não teria recebido autorização para usar os depoimentos como prova

O ex-presidente peruano Alan García apresentou nesta sexta-feira (29) uma denúncia contra o promotor José Domingo Pérez, que o investiga por ter recebido dinheiro da construtora Odebrecht para financiar a campanha de 2006.

O advogado do ex-presidente, Erasmo Reyna, explicou à imprensa local que Pérez iniciou a investigação de modo indevido. Ele não teria recebido autorização para usar os depoimentos de Jorge Barata, ex-diretor da Odebrecht no Peru, como prova contra García.

O promotor pediu permissão judicial depois da abertura da investigação. Por esse motivo, o advogado considera que Pérez violou o acordo de cooperação entre Brasil e Peru que permitiu que Barata prestasse depoimento no país.

Reyna também negou que essa denúncia seja uma reação de García por temer ser investigado dentro do caso Odebrecht.

“De maneira nenhuma. Além disso, não estamos pedindo o arquivamento da investigação, mas que a imparcialidade e a objetividade seja garantida”, apontou o advogado.

A denúncia foi apresentada um dia depois de o advogado de García ter pedido que Pérez deixasse a investigação.

Em depoimento, Barata afirmou que a Odebrecht financiou de maneira irregular as campanhas eleitorais dos principais candidatos à presidência do Peru, entre eles García. A construtora teria repassado US$ 200 mil para o ex-presidente em 2006, quando ele foi eleito pela segunda vez.

Além de García, o promotor também investiga pelos mesmos crimes os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Pablo Kuczynski. Outro alvo da investigação é a líder do partido Força Popular, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori.

No Peru, o caso Odebrecht engloba o financiamento irregular de campanhas eleitorais e o pagamento de propina em troca de vantagens em licitações de grandes obras públicas entre 2005 e 2014.

O período abrange os mandatos presidentes de Toledo (2001-2006), acusado de receber US$ 20 milhões em propinas, Alan García (2006-2011), citado no caso que apura irregularidades no Metrô de Lima, e Ollanta Humala (2011-2016), também investigado por financiamento irregular de campanha.

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