Ex-presidente peruano é hospitalizado ao saber de anulação de indulto
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi internado nesta quarta-feira com arritmia cardíaca em um hospital de Lima depois de ser informado que a Suprema Corte do país anulou o indulto que o tirou da prisão em dezembro do ano passado.
O ex-congressista Alejandro Aguinaga, médico pessoal do ex-presidente, afirmou que a ordem da Justiça que determinou a prisão de Fujimori provocou a reaparição de um quadro de arritmia cardíaca, um dos problemas crônicos de saúde do paciente.
Aguinaga concedeu uma breve entrevista coletiva na porta da clínica onde Fujimori foi internado. Segundo o ex-congressista, o ex-presidente também sofreu uma queda da pressão arterial e está acompanhado dos filhos dentro da unidade de saúde.
O ex-parlamentar afirmou que a sentença surpreendeu Fujimori já que o indulto concedido pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski está previsto na Constituição do país.
“O presidente da República está autorizado a dar um indulto e o Judiciário não está autorizado a anulá-lo”, indicou o médico.
No entanto, a sentença do juiz Hugo Núñez, do Tribunal de Investigação Preparatória da Suprema Corte, concluiu não só que o indulto contém irregularidades de tramitação, mas também viola os compromissos internacionais em direitos humanos assinados pelo Peru.
O polêmico indulto foi concedido em 24 de dezembro de 2017, sob sérias suspeitas de ser um acordo político entre Fujimori e Kuczynski.
Fujimori foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão como mandante dos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), onde morreram 25 pessoas. Além disso, foi considerado culpado pelos sequestros de um empresário e um jornalista. Todos os delitos foram considerados como crimes contra a humanidade.
O ex-presidente ainda precisa cumprir mais 14 anos de pena e só deixaria a prisão em 2023, com 94 anos.
*Com informações da Agência EFE.
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